A energia começa a voltar lentamente às cidades norte-americanas e canadenses afetadas pelo maior blecaute da história dos dois países, mas o restabelecimento total ainda deverá levar horas, se não dias.
Além de Nova York e cidades em Connecticut e Nova Jersey, o apagão afetou Cleveland (Ohio), Detroit (Michigan), Erie (Pensilvânia),Toronto e Ottawa(Canadá); Niagara Falls(Nova York) e Niagara Falls(Ontário/Canadá), por volta de 16h da quinta-feira (17h no horário de Brasília), quando milhões de pessoas estavam prestes a deixar o trabalho. Essas cidades vítimas do apagão abrigam 50 milhões de pessoas.
O Conselho norte-americano de Confiabilidade do Sistema Elétrico(Nerc), responsável pelo monitoramento do sistema, disse à CNN que aproximadamente 41.100 dos 61.800 megawatts de energia que deixou de ser gerada com o apagão já haviam sido restaurados por volta das 6h da manhã.
Em nota oficial, o Conselho, uma organização privada sem fins lucrativos, informou que provavelmente a queda de energia teria sido causada por problemas nas linhas de transmissão da região do meio-oeste dos Estados Unidos.
A agência Lusa informou que falha poderia ter sido registrada no sistema Niagara Mohawk, que faz a junção das redes de transmissão dos Estados Unidos e Canadá. O presidente da empresa, William Edwards, disse que não há evidências e que ainda é muito cedo para especulações sobre as causas do blecaute.
Ainda na quinta-feira o FBI descartou hipótese de terrorismo, admitindo que o apagão poderia ter sido causado por problemas técnicos no próprio sistema.
Em três minutos após a queda, 21 geradoras de energia - incluindo 11 usinas nucleares - foram deligadas por questão de segurança, afirmou a Genscape, companhia que monitora a saída de energia das usinas.
Os canadenses continuam insistindo que o apagão teria se originado nos Estados Unidos, mas governo e especialistas norte-americanos não estão tão certos assim.
Energia volta em Nova York
Segundo informações da CNN, a energia elétrica foi restaurada em apenas parte dos bairros de Nova York, a cidade mais afetada pelo apagão. O transporte público ainda não está funcionando e milhares de pessoas que moram fora da ilha de Manhattan ainda não conseguiram voltar para casa.
"Iniciamos um prudente restabelecimento da corrente eléctrica", afirmou Chris Olert, porta-voz da empresa Consolidated Edison, que serve 3,1 milhões de consumidores nos cinco bairros de Nova Iorque e no condado vizinho de Westchester.
Na quinta-feira, os que puderam foram andando para casa, transformando as pontes de Nova York em verdadeiras passarelas. Trens, elevadores, metrôs e prédios de escritórios ficaram sem eletricidade.
O prefeito da cidade, Michael Bloomberg, disse que pelo menos uma pessoa morreu em consequência do apagão.Um bombeiro ficou ferido no atendimento a uma das 3000 chamadas de pequenos incêndios provocados pelo uso de velas. O serviço de emergência 911 respondeu a 80 mil pedidos de ajuda, mais que o dobro das chamadas diárias.
Na quinta, em meio ao tumulto, Bloomberg pediu "bom senso" aos nova-iorquinos. "Encare isso como um dia de neve. Olhe pela janela e ouça o rádio. Tirar o dia de folga não seria ruim."