Estudantes da Guiné-Bissau na Rússia estão pedindo uma intervenção das autoridades guineenses para fazer chegar ao governo de Moscou o temor de ataques da população, que os aponta como portadores do vírus ebola.
Elísio Barbosa, presidente da Associação dos Estudantes Guineenses na Rússia, disse, em entrevista a uma rádio de Bissau, que a população da cidade de Oriol "está furiosa com os estudantes africanos", principalmente os guineenses.
Quinze estudantes guineenses, contemplados com bolsas de estudo pelo governo russo, chegaram a Moscou na terça-feira (14) e um dos jovens foi levado ao médico por ter febre. Concluiu-se que não se tratava de ebola, explicou Elísio Barbosa, mas, mesmo assim, a casa dos estudantes foi desinfetada.
Leia mais:
Ditador Maduro assume novo mandato após eleição apontada como fraudada
Trump culpa governador da Califórnia por incêndios em Los Angeles
Quais eventos foram cancelados em virtude do incêndio em Los Angeles?
Ana Maria Braga critica Donald Trump por negacionismo climático
"Qual não foi o nosso espanto quando uma equipe de televisão chegou à residência e começou a entrevistar os alunos da Guiné-Bissau. Por ter colocado as imagens na televisão local, a população pensou que estavam infectados com o vírus ebola", disse Barbosa, acrescentando que há estudantes africanos ameaçados de morte e a situação "não deve ser menosprezada".
Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o ebola causou 4.493 mortes em 8.997 casos registrados em sete países (a Libéria, Serra Leoa e a Guiné-Bissau, os mais afetados, mas também a Nigéria, o Senegal, a Espanha e os Estados Unidos). A OMS teme um expressivo aumento do número de infecções que estima poder subir até 10 mil novos casos por semana até ao final do ano na África Ocidental.