A Polícia Federal descobriu por acaso o suposto esquema de venda de habeas corpus (decisão que garante a liberdade) para narcotraficantes que envolveria um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois desembargadores do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1 região.
Uma ação da polícia, chamada Operação Diamante resultou na prisão de 23 pessoas de uma das principais quadrilhas de narcotraficantes do país, liderada pelo fazendeiro Leonardo Dias Mendonça.
Isso porque foram grampeados apenas telefones de traficantes, segundo a reportagem da Agência Folha apurou, para se investigar a quadrilha. Durante esse trabalho, realizado nos últimos três anos, porém, apareceram ligações do grupo com o deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE) e seu assessor Igor Santos da Silveira, filho do desembargador do TRF da 1 região Eustáquio Silveira.
Nesses diálogos estão os detalhes das transações para a concessão de habeas corpus para pessoas da quadrilha, principalmente Mendonça. Essas conversas colocaram o ministro Vicente Leal de Araújo, do STJ, e os desembargadores Silveira e Fernando Tourinho Neto, ex-presidente do TRF, na mira de uma investigação paralela, que agora deverá ser feita pelo STJ, em Brasília.
Não se sabe ainda como foi criado no Judiciário esse ''balcão de negócios'', como o caso é chamado em Brasília.