A Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (Ilga) condenou nesta quinta-feira (7) a lei aprovada esta semana pelo estado do Mississipi, nos Estados Unidos, que permite às empresas recusar serviços a casais homossexuais com base em argumentos religiosos.
"Estamos consternados com a extensão da discriminação que agora é permitida por lei, no Mississippi, em nome de uma suposta liberdade religiosa", disse o presidente da Ilga, Renato Sabbadini, em documento sobre o assunto entregue à Agência Brasil.
"Leis como essas são um lembrete duro de que a luta para a igualdade ainda está longe de terminar", acrescentou Sabbadini, no documento. A Ilga é uma associação internacional, com sede em Genebra, Suíça, que se dedica a lutar pela igualdade de direitos para lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais (LGBTI).
Ao justificar a aprovação da medida, na última terça-feira (5), o governador do Mississipi, Phil Bryant, alegou que a lei visa "proteger as crenças religiosas sinceras e convicções morais". Argumentou também que a nova legislação destina-se a permitir que as pessoas exerçam sua liberdade religiosa.
"O que vem a nós como mais chocante", disse Sabbadini, é que o governador Phil Bryant justificou a lei como sendo uma proteção para crenças religiosas e convicções morais. "Ele não sabe, mas gostaríamos de informá-lo, que as pessoas que se enquadram como LGBTI detêm convicções morais também, e ainda têm de enfrentar leis discriminatórias."
"Estamos enfurecidos ao ver como a intolerância patrocinada pelo Estado e o ódio estão sendo disfarçados de fé", disse.
Renatto Sabbadini disse também, no documento, que a nova legislação aprovada pelo estado do Mississipi não é isolada. "Mais de uma centena de projetos similares foram introduzidos nos Estados Unidos, em sessões legislativas este ano", afirmou o presidente da Ilga.