Cerca de 3 mil pessoas participam do 4º Encontro Cultivando Água Boa, aberto na tarde desta quarta-feira em Foz do Iguaçu. O programa socioambiental Cultivando Água Boa, criado pela Itaipu Binacional em 2003, é desenvolvido em parceria com 1.700 instituições, entre universidades, órgãos de governo, organizações não-governamentais (ONGs) e associações.
O programa, segundo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, foi premiado na Holanda com a Carta da Terra e "é composto de 70 projetos e 96 ações que abrangem a recuperação dos rios da Bacia do Paraná 3, passando pela proteção das matas e da biodiversidade, pela atenção a segmentos econômicos ligados ao meio ambiente e pela promoção da educação ambiental nas comunidades do entorno".
Friedrich informou que até sábado essas ações serão discutidas entre representantes das comunidades e convidados, como o teólogo e ativista ambiental Leonardo Boff; a atriz Letícia Sabatella, o coordenador da Rede de Educação Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Enrique Leff, e Paulo Nobre, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um dos projetos do Cultivando Água Boa, lembrou o diretor, tornou-se referência para a construção de hidrelétricas no país: o Canal da Piracema, que tem dez quilômetros de extensão e liga a parte do Rio Paraná localizada abaixo da barragem ao reservatório da usina. "A obra permite que peixes migratórios vençam o desnível de 120 metros entre as duas partes do rio, contribuindo para a diversidade e melhoria genética da ictiofauna [conjunto das espécies de peixes que existem numa determinada região]", explicou.
Nelton Friedrich destacou ainda que o programa estimula uma nova forma de se relacionar com o meio ambiente: "E essa cultura deve ser incorporada ao dia-a-dia das comunidades, independentemente da participação da Itaipu Binacional. O objetivo é que, futuramente, a iniciativa caminhe por si própria".
ABr