A gigante do setor fonográfico EMI está retirando os bloqueios digitais - programas antipirataria - para baixar suas músicas pela internet em páginas como iTunes. As versões "premium" das faixas da EMI não terão as travas digitais que são comuns a músicas disponíveis em muitos sites.
A medida é importante, pois a maioria das páginas onde se pode baixar músicas tenta limitar a pirataria restringindo o que as pessoas podem fazer com as músicas compradas.
A página iTunes da Apple vai começar a vender músicas da EMI no formato "premium" a partir de maio. Outros serviços iniciarão a venda em seguida.
Custo e qualidade - A EMI, terceiro maior selo da indústria fonográfica mundial, afirmou que cada música de seu catálogo online será disponível no formato "premium". Segundo a gravadora, o custo será maior e a qualidade será melhor do que nas faixas disponíveis atualmente.
Entre os artistas mais populares da EMI atualmente estão Joss Stone, Coldplay, Lily Allen, Robbie Williams e Corine Bailey Rae, entre outros.
No iTunes, as faixas da EMI que não têm o programa de gerenciamento de direitos digitais (DRM, na sigla em inglês) serão vendidas com o dobro da qualidade de áudio por US$ 1,29 (cerca de R$ 2,66). Clientes registrados no iTunes poderão atualizar suas faixas, pagando uma pequena taxa.
Todos os álbuns da EMI de agora em diante não terão o DRM e terão maior qualidade sonora sem aumento de preço. A Apple vai continuar vendendo faixas protegidas, incluindo da EMI.
"Consumidores nos falam que estão preparados para pagar um preço mais alto por uma música que pode ser tocada em qualquer aparelho", disse o chefe da EMI, Eric Nicoli, em uma entrevista em Londres. Nicoli disse que a medida não vai reduzir a luta da EMI contra a pirataria.
"Temos que confiar em nossos consumidores. Sempre argumentamos que a melhor maneira de combater o tráfico ilegal é disponibilizar conteúdo legal a um custo decente e conveniente", afirmou.
Nicoli afirmou que a EMI está discutindo com a Apple Records a disponibilização de músicas dos Beatles online.
"A coisa certa a fazer é derrubar muros que obstruíam a capacidade de atividade conjunta (entre o DRM e a música online livre do programa), retirando o DRM, e isto começa aqui, hoje", disse o presidente da Apple, Steve Jobs, que participou da entrevista em Londres.
Jobs, que escreveu uma carta aberta à indústria fonográfica pedindo o abandono do DRM, previu que outras companhias seguirão o exemplo da EMI em breve.