O embaixador brasileiro em Cuba, Tilden Santiago, defendeu nesta quinta-feira a decisão do ditador Fidel Castro de fuzilar três dissidentes no dia 11 de abril. Segundo Santiago, o governo cubano tem o direito de tomar providências contra uma "tentativa de desestabilização" promovida pelos Estados Unidos.
A declaração foi feita durante o anúncio da primeira visita de Lula à ilha caribenha, que será em meados de setembro.
Nove dias antes da execução, os três dissidentes haviam seqëstrado uma lancha de passageiros cubanos com o objetivo de levá-la aos Estados Unidos. Na ocasião, o Brasil se absteve de votar por uma punição a Cuba em sessão da Organização das Nações Unidas (ONU).
A posição defendida pelo embaixador é pessoal e, portanto, não endossada pelo governo brasileiro. Santiago diz que um representante do governo norte-americano faria reuniões periódicas em Cuba para promover uma migração descontrolada aos Estados Unidos, com a intenção de desestabilizar o governo cubano.
O embaixador disse também que, se houvesse semelhante tentativa de desestabilização do governo brasileiro, o presidente Lula também teria que tomar providências. Desta vez, no entanto, Santiago não citou a execução de dissidentes como uma possível providência.