Terminou no fim da tarde desta terça-feira o depoimento do diretor-administrativo e sócio da indústria de papel Cataguazes, Félix Santana, na Delegacia da Polícia Federal de Campos.
De acordo com o delegado responsável pela prisão, Carlos Pereira, o empresário voltou a se isentar de culpa e amenizou o vazamento, alegando que o problema não é tão grande como estão dizendo.
Espanhol e residindo no Brasil há trinta anos, Santana disse estar na empresa há apenas seis meses e, portanto, não pode ser responsabilizado por algo que não construiu. Mas o delegado esclareceu que, no momento em que passou a ser responsável pela Cataguases, Felix herdou todas as divididas da empresa.
O empresário afirma que a empresa responsável pela administração da barragem era a Florestal e não a Cataguases. Mas, de acordo com a delegado, as duas empresas têm os mesmos sócios e funcionam no mesmo local.
Para o delegado, a Florestal foi criada para desviar a atenção da Cataguases. Félix Santana também voltou a dizer que a segunda barragem está danificada e ainda pode romper, despejando cerca de 700 mil litros de rejeitos químicos nos rios.
Félix Santana é acusado de crime ambiental e poderá ser condenado a até cinco anos de prisão, pelo vazamento de 1,4 bilhão de litros de resíduos tóxicos nos rios Pomba e Paraíba do Sul. O acidente deixou cerca de 430 mil pessoas sem água em oito cidades do Rio.