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Deter as mudanças climáticas ainda é possível, diz WWF

03 mai 2007 às 20:17

O relatório "Deter as mudanças climáticas é possível" da rede WWF divulgado nesta quinta-feira (03), aponta uma série de caminhos e idéias para o combate do aquecimento global. O estudo destaca iniciativas ao redor do mundo, da Índia ao Brasil, para economizar energia e reduzir a poluição por gás carbônico listando 15 maneiras de como pessoas, empresas e governos podem trabalhar com o WWF e reduzir as emissões de CO2 e ajudar o clima do planeta.

Enquanto ainda há governos que tentam obstruir as negociações internacionais, outros utilizam diferentes tipos de as energias renováveis e as técnicas de eficiência energética para diminuir a emissão de gases causadores das mudanças climáticas. Um dos exemplos mostrados no relatório é brasileiro. No país, mesmo com uma matriz majoritariamente renovável, a tendência é de que haja aumento no número de usinas térmicas e grandes hidrelétricas. Pensando nisso, WWF-Brasil publicou o estudo Agenda Elétrica Sustentável 2020, em setembro de 2006, que propõe soluções como a diversificação da matriz elétrica com adoção de fontes energéticas renováveis não convencionais e a redução do desperdício com técnicas de eficiência energética.


Segundo as projeções da Agenda Elétrica Sustentável 2020, medidas como estas podem levar o país a evitar a emissão de 413 milhões de toneladas de CO2 até 2020. O número equivale à poluição de 30 mil carros populares a gasolina viajando do Oiapoque ao Chuí anualmente neste mesmo período.


Toda esta economia seria feita sem a necessidade da construção de grandes hidrelétricas, garantindo a segurança energética do país e ainda poupando R$ 33 bilhões para os brasileiros.


Entre outras maneiras de parar o aquecimento da Terra, o relatório também traz a experiência de outros países, como a nova lei de incentivo à produção de biocombustíveis na Tailândia e a campanha no Reino Unido para mostrar como cada cidadão pode reduzir seu consumo de eletricidade se os aparelhos eletroeletrônicos forem desligados da tomada.


O terceiro grupo de trabalho do Painel Intergovenamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) que se reúne em Bangkok esta semana, deve mostrar o alto custo de não tomar ações emergenciais com o objetivo de deter as mudanças climáticas. "Vai sair muito mais caro reparar as conseqüências de tempestades, cheias e secas e os impactos econômicos das mudanças na agricultura que implementar medidas agora para estabilizar as mudanças climáticas", afirma Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de Conservação de Programas Temáticos do WWF-Brasil.


A rede WWF acredita que é muito perigoso que a temperatura do planeta ultrapasse os 2°C, por isso a humanidade tem a difícil tarefa de cortar as emissões globais de CO2 em 50% até a metade deste século. Estudos independentes, como o Relatório Stern, do governo do Reino Unido, já demonstraram isso em números.


"Nós temos tecnologia disponível e as ferramentas econômicas para mudar esse cenário. Agora é preciso que todos se engajem para que possamos ter um planeta saudável", comenta Karen Suassuna, técnica em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil.

Fonte: WWF-Brasil


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