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Crianças, tempo livre e internet: quais são os limites?

02 fev 2008 às 12:59

Administrar o tempo livre dos filhos costuma ser uma missão desafiadora para os pais. Na era da internet a preocupação aumenta, pois muitas crianças que mal aprenderam a ler e escrever demonstram grande intimidade com o computador e pouco interesse por brinquedos e livros. A boa notícia é que, quando bem utilizado, o computador pode se tornar um aliado do desenvolvimento e do aprendizado.

"O mundo digital é uma janela fantástica para a educação de crianças e adolescentes, desde que utilizado sob a supervisão dos pais", explica a hebeatra Mônica Mulatinho, da Cia do Adolescente & Família. Entre as funções positivas, a médica destaca o auxílio nas lições de casa, o desenvolvimento da coordenação motora e o exercício do raciocínio lógico. Contudo, ela lembra que a internet não educa, informa. "Os pais são insubstituíveis".


De acordo com a especialista em adolescência, o segredo está em estabelecer limites. "Como em qualquer outra atividade, os responsáveis devem determinar o tempo que os filhos podem passar conectados. Outro fator importante é supervisionar os sites acessados e orientá-los sobre os riscos que o contato com desconhecidos aparentemente amigáveis apresenta", orienta.


Excesso é Prejudicial


Se sob alguns aspectos o computador é positivo, o uso excessivo pode torná-lo um vilão. "Por oferecer um universo ilimitado de diversão, além do encontro com os amigos em chats, muitas crianças e adolescentes ficar horas seguidas no computador. Muitos esquecem até mesmo de se alimentar", alerta a hebeatra Denise Ocampos.


As conseqüências do uso exacerbado podem atingir os âmbitos psicossocial e físico. "O excesso pode reforçar a timidez. Pode ainda, provocar queda no rendimento escolar, visto que não há prioridades para outras atividades", descreve Denise. "Os pais precisam estar atentos porque, geralmente, os sintomas levam um certo tempo para se manifestar", explica.

No âmbito físico, as crianças e os adolescentes podem ser acometidos pelo tecnoestresse, que engloba alterações oculares - como a tensão visual - e na coluna. "Para evitar os problemas oftalmológicos, os pais devem orientar os filhos a estabelecer intervalos para descanso. O idela é parar 10 minutos para cada hora frente ao monitor", orienta o oftalmologista José Geraldo Pereira, do Inob. Para evitar problemas ortopédicos, os adultos devem verificar se o teclado está alinhado aos cotovelos, se os punhos estão sempre retos e apoiados, se o tronco e os pés também têm local de apoio. Se necessário, devem lançar mão de suportes para elevar o monitor e o assento.


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