Levantamento realizado entre março de 2002 e abril de 2003 na Unidade Cardio-Intensiva do Hospital de Clínicas Niterói (HCN) mostra que cerca de 40% das internações por Doenças Arteriais Coronarianas (DAC) são de mulheres na média de 50 anos de idade. As DACs podem ter como conseqüências infarto do miocárdio, angina, insuficiência ventricular, entre outras.
Segundo o estudo, alguns dos fatores de risco que contribuem para o aumento da incidência desta doença no sexo feminino são: a chegada da menopausa - período que a mulher perde a proteção do hormônio estrogênio; o uso de anticoncepcionais; a Diabete Mellitus - que está associada à obesidade e por isso aumenta em 3,5 vezes o risco da DAC, a alimentação inadequada privilegiando lipídeos e carboidratos e o tabagismo - em fumantes as
probabilidades são duas vezes maiores.
Além dos fatores considerados psicosociais, tais como: depressão – 70% dos consumidores brasileiros de tranqüilizantes e antidepressivos são do sexo feminino – o sedentarismo e o estresse.
Nos Estados Unidos, por exemplo, um terço de todos os óbitos em mulheres são decorrentes das DAC. Já nos países em desenvolvimento, a estimativa é que até 2020, 18 milhões de pessoas por ano irão falecer devido às doenças cardiovasculares.
A cardiologista do HCN, Valdenia Pereira de Souza, responsável pelo levantamento, acredita que a falta de informação e o conceito errado de que as doenças coronarianas são típicas do homem, ou menos agressiva no sexo feminino, aliados a mudança no estilo de vida das mulheres são os grandes inimigos da prevenção.
"Atualmente, a precocidade no atendimento e o avanço dos métodos de diagnóstico e tratamento podem possibilitar uma drástica diminuição nestes números e uma vida posterior com qualidade. Mas para isto a mulher precisa estar informada dos riscos que corre", enfatiza a cardiologista.