O deputado José Mentor (PT-SP), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, que investiga a evasão de divisas pelas contas CC-5, deve apresentar na terça-feira os primeiros resultados da viagem feita pelos parlamentares que integram a comissão às cidades de Nova York e Washington, nos Estados Unidos. Na mesma reunião, a CPI também deve definir o cronograma de ação para o mês de setembro.
Por causa da visita, a Procuradoria de Justiça de Manhattan, em Nova York, colocou à disposição dos integrantes da CPI 270 caixas de documentos com toda a movimentação bancária da agência do Banestado naquela cidade e prometeu ajudar na identificação dos beneficiários das remessas irregulares feitas de Foz do Iguaçu (PR).
"A reunião foi extraordinária. Não podia ser melhor. Os procuradores de Manhattan revelaram enorme disposição de colaborar com a CPI e com as autoridades brasileiras que estão investigando a evasão de divisas. Está sepultada qualquer possibilidade de a CPI não ter acesso aos documentos", disse, nos Estados Unidos, o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
Durante as diligências, os deputados e senadores brasileiros visitaram o Departamento de Justiça americano, acompanhando os procuradores e policiais federais que participam da força-tarefa brasileira que investiga o caso.
Uma relação de 170 brasileiros que possuem bens não declarados ao Imposto de Renda superiores a US$ 800 mil, nos Estados Unidos, foi entregue, em Washington, pelo representante da Receita Federal ao presidente da CPI.
Os integrantes da CPI visitaram ainda a comissão que investiga, no Congresso americano, a lavagem de dinheiro. Eles estiveram em busca de informações sobre empresas off-shore que promoveram evasão de divisas do Brasil.
A Operação Macuco, desencadeada pela Polícia Federal, apurou a evasão de US$ 30 bilhões do Brasil entre os anos de 1996 e 2002.