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Cinco vítimas do atentado ao Charlie Hebdo são enterradas na França

15 jan 2015 às 22:00

Cinco vítimas do ataque terrorista ao periódico satírico francês Charlie Hebdo foram sepultadas hoje (15), em despedidas emotivas, com a presença de milhares de pessoas. No tradicional cemitério Père Lachaise, em Paris, o corpo de Georges Wolinski, um dos principais cartunistas do mundo, foi cremado em uma cerimônia no fim da manhã. No mesmo local, foi enterrado o cartunista Bernard Verlhac, mais conhecido como Tignous. As duas cerimônias foram acompanhadas por parentes e amigos dos dois, além de autoridades.

Wolinski, que influenciou grandes cartunistas brasileiros como Ziraldo, Jaguar e Henfil, teve um de últimos desenhos exposto em um cavalete na cerimônia de cremação. Já o caixão com o corpo de Tignous estava coberto de mensagens e desenhos. Os dois cartunistas estão entre os 12 mortos no ataque ao Charlie Hebdo, no dia 7 deste mês, feito pelos irmãos Said Kouachi e Chérif Kouachi, que disseram vingar-se pela publicação de caricaturas do profeta Maomé pelo semanário.


Muitas pessoas também acompanharam o funeral da colunista Elsa Cayat, única mulher entre as vítimas do atentado, enterrada no cemitério parisiense de Montparnasse. O economista Bernard Marisque, que também assinava uma coluna na publicação, foi enterrado em Montgiscard, perto de Tolouse. Em Bernay, no Norte da França, cerca de mil pessoas foram ao funeral do policial Franck Brinsolaro, destacado para fazer a segurança do diretor do Charlie Hebdo, Stephane Charbonnier, mais conhecido como Charb, que recebeu várias ameaças após a publicação de caricaturas de Maomé.


O cartunista Cabu e o produtor cultural Michel Renaud, foram enterrados ontem (14), mas apenas na presença de parentes e amigos. No dia do atentado, Renaud resolveu fazer uma visita à redação do Charlie Hebdo no momento em que os terroristas invadiram o periódico. Amanhã (15), mais três funcionários do jornal serão enterrados: o editor-chefe, Charb, o desenhista Honoré e o corretor Mustapha Ourrad. Charb era autor de muitos dos desenhos retratando Maomé

Além do atentado ao Charlie Hebdo, outro terrorista, que disse agir em coordenação com os irmãos Kouachi, também fez vítimas na semana passada. No dia 8 de janeiro, Amédy Coulibaly matou a tiros uma agente de polícia. No dia seguinte, matou quatro pessoas feitas reféns em um supermercado judaico, antes de ser morto pela polícia no mesmo dia. Os irmãos Kouachi também foram mortos pela polícia dois dias depois do ataque ao semanário.


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