As projeções sobre os resultados do segundo turno das eleições presidenciais na França, divulgadas assim que as urnas foram fechadas, neste domingo, indicaram a vitória esmagadora do conservador Jacques Chirac para um segundo mandato consecutivo.
Chirac deverá ter 82,1 por cento dos votos contra 17,9 do candidato da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, líder da Frente Nacional, conforme estimativas dos três principais institutos de pesquisa franceses, Sofres, Ipsos e CSA.
Le Pen reconheceu o revés minutos após o término da votação e classificou a vitória de Chirac como "uma tremenda derrota da esperança francesa". "Mas ainda acredito que isso (os resultados) foi uma vitória para a Frente Nacional", encerrou.
Por sua vez, o presidente, que terá mais cinco anos de governo pela frente, declarou que a França "reafirmou seu compromisso com os valores da República", agradeceu aos eleitores e prometeu lutar contra a intolerância. "Estou muito sensibilizado; sinto um grande senso de responsabilidade", acrescentou.
Ainda no discurso da vitória, Chirac declarou que a França vivera um período de grande preocupação – uma referência ao espantoso segundo lugar de Le Pen no primeiro turno, o qual eliminou o primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, da disputa.
Os últimos 15 dias foram marcados por passeatas e comícios contra Le Pen por toda a França e até mesmo por apelos de lideranças da esquerda, arqui-rivais de Chirac, para que a população reelegesse o presidente e evitasse, assim, um "mal maior".
Chirac jurou preservar os princípios da Revolução Francesa: igualdade, fraternidade e liberdade e ressaltou que sua vitória significava que o país queria permanecer aberto à Europa e ao mundo, com reformas na política doméstica. Candidato da União pela República, Chirac anunciou que formará um governo capaz de responder "às preocupações (dos franceses) e encontrar soluções para os problemas há muito tempo negligenciados".
Entre suas prioridades, Chirac prometeu "restabelecer a autoridade do Estado, fazer frente às demandas por segurança e colocar a França em um novo caminho para o crescimento e o emprego". "Vamos combater a intolerância e o extremismo", concluiu.
O comparecimento às urnas, após a convocação maciça ao eleitorado, ficou em torno de 80 por cento, sendo menor apenas do que os segundos turnos presidenciais em 1981 e 1988. No primeiro turno, em 21 de abril, apenas 58,55 por cento dos eleitores votaram, o que favoreceu expressivamente o desempenho de Le Pen. As informações são da CNN.