Referência obrigatória em qualquer citação à música brasileira a partir dos anos 60, Chico Buarque de Holanda completa 60 anos neste sábado, 19 de junho. Avesso a badalações, não participará de comemorações.
Compositor, cantor e escritor, Chico Buarque desafia a máxima de Nelson Rodrigues. Em se tratando de Chico, pode ser que a unanimidade não seja burra. Foi eleito recentemente o músico brasileiro do século.
Chico nasceu no dia 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro. Foi o quarto de sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim.
Quando jovem, os sambas de Noel Rosa, Ismael Silva e Ataulfo Alves eram os preferidos de Chico. Mas a influência maior veio de João Gilberto e seu disco 'Chega de Saudade'.
A estréia de Chico na música foi em 1964, cantando 'Canção dos Olhos' em uma apresentação no Colégio Santa Cruz. No ano seguinte, lança seu primeiro compacto, com a música 'Pedro Pedreiro'.
Também recebe um convite de Roberto Freire, diretor do TUCA, para musicar o poema 'Morte e Vida Severina', de João Cabral de Mello Neto.
Nos festivais de música que aconteciam nos anos 60, Chico virou uma celebridade, com várias de suas músicas inscritas. 'A Banda', foi uma das vencedoras do II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, tornando Chico conhecido em várias partes do Brasil e até mesmo do exterior.
No período da ditadura militar, Chico Buarque promoveu um auto-exílio em Roma. Em 1970, volta ao país e lança seu quarto LP, com letras com protesto político mais duro ao regime ditatorial implantado no Brasil.
Suas músicas começaram a ser censuradas. Então o compositor decidiu criar um personagem chamado Julinho de Adelaide, fazendo com que suas canções passassem com maior facilidade pelos censores.
Chico Buarque também atuou no cinema, no filme 'Quando o Carnaval Chegar' (1972), de Cacá Diegues, produziu trilha sonora e escreveu roteiro e músicas de peças teatrais e sete livros.
Chico é apaixonado por futebol e torce para o Fluminense.