Com o lançamento do filme Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, a fábrica brasileira Chapéus Cury, localizada em Campinas, a 95 quilômetros de São Paulo, espera faturar entre maio e outubro deste ano R$ 1 milhão a mais que faturaria num ano comum. Isso porque a empresa é a responsável pelo desenvolvimento do modelo do chapéu utilizado pelo herói desde o primeiro filme, Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981).
Com um "garoto-propaganda" como Harrison Ford, a Cury pretende vender só nesse período entre 80 mil e 100 mil chapéus do modelo utilizado pelo ator no filme. A empresa fabrica regularmente 60 mil unidades mensais. "Sou exportador para o mercado americano há pelo menos 40 anos. E, entre meus clientes nos Estados Unidos, está o patrocinador do filme que me pediu que preparássemos o chapéu semi-acabado para um personagem de aventura", afirmou Paulo Cury Zakia, um dos proprietário da Cury.
Repercussão
Indiana Jones foi descrito em detalhes para os Cury, mas ninguém na fábrica sabia que ele seria interpretado por Harrison Ford. Nem que o filme seria aquele. "Só descobri quando fui ao cinema e vi meu chapéu na tela. Fiquei feliz, claro, mas não imaginava a repercussão", conta o empresário. A Cury fez oito chapéus para serem usados como figurino, do primeiro ao mais recente filme. "Os diretores já pediram mais 40 a 50 mil chapéus semi-acabados. Eles previam que ia ter alguma repercussão."
De 1981 para cá, a fábrica produziu aproximadamente 500 mil unidades do modelo Indiana Jones, entre os pelo menos 16 milhões de chapéus confeccionados pela fábrica. O "chapéu do Indiana Jones" é feito em duas versões: com lã ou com pêlo de coelho. A primeira custa na loja R$ 85. A versão mais elaborada, que é a que Harrison Ford usa, chega a R$ 170. "Na verdade, existem materiais coadjuvantes, mas o pêlo e a lã são os principais."