Prostituição infantil é tratada como atividade corriqueira na fronteira da Alemanha com a República Tcheca.
Isto está em um relatório publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a infância, Unicef, em que se constata a existência de um grande fluxo de turismo sexual de alemães, que cruzam a fronteira Tcheca, a procura de sexo com menores de idade, alguns, até abaixo dos seis anos.
Depois de anos de observação no local, a assistente social Cathrin Schauer, autora deste documento publicado pela Unicef, disse que as crianças ficam a espera de clientes, vindos da Alemanha, em supermercados, restaurantes e postos de gasolina ao longo das rodovias tchecas, próximas à fronteira.
O documento revela ainda que alguns pais trazem os seus filhos, às vezes até mesmo bebês, para os carros dos turistas à espera de sexo.
As crianças, abaixo dos seis anos de idade, são oferecidas à prostituição, na maioria das vezes, por mulheres, muitas delas, viciadas em drogas.
As mais velhas, segundo o estudo, chegam sozinhas e, na maioria da vezes, negociam diretamente o preço com os clientes.
Os carros que cruzam a fronteira têm, em sua maioria, chapas alemãs dos Estados da Baviera e Saxônia. E esses clientes, ainda segundo o relatório da Unicef, pagam àquelas crianças para uma seção de sexo de 5 a 25 euros.
O relatório revela ainda que os moradores tchecos, dessa região fronteiriça com a Alemanha, sabem de tudo o que ocorre ali e ignoram qualquer conhecimento do problema.
O governo Tcheco, por sua vez, negou a veracidade deste relatório da Unicef, sobre o aumento da prostituição infantil em sua fronteira com a Alemanha.
O primeiro-ministro tcheco, Vladimir Spidla, afirmou que este documento da Unicef não reflete a realidade da situação, complementando ainda, que em seu país, sexo com menores de idade é severamente punido.
Autoridades policiais tchecas alegaram também que, em uma recente operação pente fino ocorrida em vários lugares do país, nada havia sido encontrado com relação à pornografia e prostituição infantil.
A assistente social Cathrin Schauer rebate essas negativas afirmando que essas crianças não estão em bordéis ou coisa parecida, mas, sim, em supermercados, lojas e postos de gasolina fronteiriços.
A revelação do psicólogo criminalista alemão, Adolf Gallwitz, vem reforçar o relatório da Unicef.
Ele disse que, nos últimos anos, na Alemanha, a prostituição tem aumentado drasticamente, com cerca de 18% dos homens alemães que pagam regularmente por favores sexuais.
E neste aumento geral da prostituição no país, está também incluído o aumento da prostituição infantil, afirmou Gallwitz.
Fonte: Agência Brasil