O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (Sohr, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira (17) a libertação de Raqqa, considerada a "capital" do Estado Islâmico (EI) no país árabe.
Segundo a ONG, os grupos apoiados pelos Estados Unidos hastearam a própria bandeira no estádio local, ultimo bastião do grupo terrorista na cidade. A ofensiva em Raqqa é liderada pelas Forças Democráticas da Síria (FDS), um conjunto de milícias majoritariamente curdas apoiado pela coalizão internacional anti-EI liderada pelos EUA.
Situada no norte do país, perto da fronteira com a Turquia, a cidade de 200 mil habitantes começou a ser ocupada por células do Estado Islâmico em janeiro de 2013, após a retirada das forças leais ao presidente Bashar al Assad.
Desde então, Raqqa se tornou palco de algumas das maiores atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, como fazer crianças executarem reféns e o assassinato de uma mãe por seu filho jihadista. Além disso, serviu de esconderijo para o "califa" do EI, Abu Bakr al Baghdadi.
A reconquista de Raqqa representa um duro golpe para o grupo terrorista, que recentemente também perdeu o controle sobre Mosul, no Iraque. No último fim de semana, a coalizão internacional permitiu a evacuação de centenas de jihadistas e suas famílias, antes de as FDS iniciarem o "assalto final" aos últimos bairros dominados pelo EI na cidade.
Segundo a Sohr, ainda há combates esporádicos em Raqqa, mas as FDS já detêm o controle de todas as áreas do município. O que ainda não se sabe é o que as milícias e a coalizão farão com a cidade, já que elas são adversárias de Assad na guerra civil síria.