Nova Trento, em Santa Catarina, cidade em que viveu Madre Paulina, espera receber a visita de aproximadamente 50 mil turistas, no próximo dia 19, quando o Papa João Paulo II preside, no Vaticano, a cerimônia de canonização de Madre Paulina. O presidente Fernando Henrique Cardoso e um comitiva de cinco senadores e vários deputados participam do evento, que será a consagração da primeira santa do Brasil.
O processo de canonização de Madre Paulina, foi relativamente rápido. Beatificada em 1991, a religiosa teve seu nome elevado a condição de santa pela Igreja Católica, onze anos depois. Padre Anchieta, também considerado brasileiro, apesar de ter nascido na Europa como Madre Paulina, tem 400 anos de beatificação.
A Irmã Lígia, da congregação Santuário de Madre Paulina, que estará em Nova Trento recebendo os fiéis, disse em entrevista à Radiobrás, que a expectativa é grande e os preparativos estão "a 200 por hora". Segundo religiosa, a congregação já está acostumada a receber "todo dia" agradecimentos e ofertas pelas graças e favores que são alcançados pelas orações que são dirigidas a Madre Paulina.
"A vida de Madre Paulina foi simples e cheia de Deus", garante Irmã Lígia. Logo após chegar ao Brasil, procedente da Itália, seu país natal, aos 14 anos Madre Paulina teria recebido a incumbência divina de socorrer doentes, trabalhar na catequese e cuidar da Igreja Católica. Em 1890, aos 25 anos, quando cuidava de uma doente de câncer, Ângela Viviane, Irmã Paulina juntamente com a amiga Virgínia resolvem fundar a congregação das Irmazinhas da Imaculada Conceição. Cinco anos mais tarde, as duas amigas e mais uma adepta, Tereza, fazem os primeiros votos e "se consagram a Deus".
O Vaticano exige a comprovação de pelo menos dois milagres para a canonização. Em 1965, uma moradora de Ibituba (SC) já condenada à morte por sua enfermidade, teve sua cura periciada por médicos e religiosos depois de orar para Madre Paulina. O segundo milagre atribuído à religiosa foi salvar uma recém-nascida, Iza Bruna de Souza, do Acre, que teve seu caso estudado e comprovado por entendidos e teólogos.
"A obra de Madre Paulina foi toda realizada aqui no Brasil, por isso está sendo considerada a primeira santa do país. É uma santa dos nossos tempos, dos nossos dias, do nosso tipo, do nosso povo", comemorou Irmã Lígia. Ela acrescentou que Madre Paulina fez o Brasil progredir na fé, na esperança e na caridade. Para ela, a canonização irá contemplar uma vida dedicada à evangelização e ao amor aos pobres, doentes e aflitos.
Segundo Irmã Lígia, a missão de Madre Paulina, continua viva na congregação que fundou e hoje se espalha por mais de 10 países do mundo. Em 2002, fazem 60 anos que Madre Paulina morreu.