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Câncer de mama cresce entre mulheres jovens

06 jul 2006 às 19:52

O câncer de mama em mulheres com menos de 35 anos triplicou nos últimos três anos. Um estudo feito na região Sul do Brasil, pelo presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Diógenes Basegio, mostra que das 315 pacientes estudadas, 16,8% tiveram câncer de mama antes dos 35 anos. 77,8% eram mulheres vindas da área urbana. O novo perfil da doença preocupa. " Os tumores que acometem mulheres abaixo de 35 anos são, na maioria, muito agressivos, maiores e com chances aumentadas de apresentarem recorrência", explica o médico.

Até 2003, a doença era mais comum em faixas etárias mais avançadas, exceto nas chamadas "famílias de alto risco", onde a predisposição genética à doença é muito grande. Das mulheres jovens que apresentam o diagnóstico, cerca de 17% têm casos na família. Os dados da literatura mundial publicados até 2002 eram de que aproximadamente 5,2% dos tumores eram diagnosticados em mulheres abaixo dos 40 anos.


No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres, sendo responsável por quase 10% das mortes provocadas por todas as variedades de câncer. O Rio Grande do Sul é o estado com maior incidênciada doença e Porto Alegre a capital do Brasil com maior número de novos casos por ano. Estima-se 76,2 novos casos para cada 100.000 mulheres/ ano. Nos países desenvolvidos o câncer de mama também é a neoplasia maligna mais reqüente entre a população feminina, representando cerca de 32% dos casos nas mulheres americanas.


"As causas de câncer de mama são ainda desconhecidas. O histórico familiar constitui o fator de risco mais importante, especialmente se o câncer ocorreu na mãe ou em uma irmã, se foi bilateral e se foi desenvolvido antes da menopausa", afirma Basegio. Outro fator de risco é a exposição à radiação ionizante antes dos 35 anos.


A lactação é um fator protetor contra o câncer de mama. Um estudo de caso-controle realizado na China, onde as população tem como hábito amamentar por um longo período, observou-se uma progressiva redução no risco para câncer de mama.


Um auto-exame físico simples (toque da mama) pode detectar o sintoma, o aparecimento de nódulo ou caroço no seio, com ou sem irritação e dor no local. Infelizmente, somente 23% das mulheres examinam rotineiramente suas mamas. O medo do câncer de mama e a falta de informação sobre este método simples e acessível a todas as mulheres podem ser os responsáveis pela baixa adesão ao método.


Outros dados do estudo com 315 mulheres:
24,5% eram consideradas bem informadas
55,2% tinham alguma informação
19,45 não tinham nenhuma informação


Tempo decorrido desde o achado do nódulo até procurar o médico
60,3% até 30 dias
14,6% entre 31 e 180 dias
10,5% entre 181 e 365 dias
14,6% mais de 365 dias


Origem das pacientes (urbanas/ rurais)
77,8 % eram urbanas
22,2% eram da zona rural (70 pacientes)


Hábito de realizar mamografia de rotina
paciente urbana - 12,2%
rural-2,9%

Nível de informação
urbana:30,2% eram bem informadas
rural: 8,6% eram bem informadas


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