Análise
A Associação de Magistrados do Brasil (AMB) fará no próximo ano uma campanha para incentivar a adoção de crianças que vivem em abrigos. O Ministério do Desenvolvimento Social estima que existam 100 mil crianças nesta situação - 87% delas possuem famílias, mas não moram com os pais e irmãos.
Para ampliar a discussão, a associação de juízes apoiou a realização de um documentário sobre o assunto, produzido pela jornalista Ângela Bastos. O filme foi lançado na semana passada, durante o congresso da entidade. Ele traz as histórias narradas por crianças que moram em abrigos do Sul do país.
"O título do filme foi tirado da fala de um menino de oito anos que vive num abrigo, mais dois irmãos. E ele, já num estado um pouco de desesperança, me disse assim: quando eu crescer eu quero ser o que o destino mandar. Eu achei que essa expressão dele era pertinente a todas as outras crianças e adolescentes que eu havia entrevistado", contou a jornalista.
Para Ângela, o mais marcante nos abrigos é a "solidão" vivenciada pelas crianças. "O que ficou mais claro foi o estado de solidão em que vivem essas crianças e, principalmente, os adolescentes, na medida em que o tempo vai passando a chance de adoção para eles parece menor por causa da idade."