Um acompanhante brasileiro foi convocado como testemunha no processo contra o príncipe saudita Saud Abdulaziz bin Nasser al Saud, acusado de assassinar um serviçal em um hotel de Londres em fevereiro.
Pablo Silva, de 31 anos, confirmou ter visitado o príncipe em seu hotel poucos dias antes do assassinato de Bandar Abdulaziz, de 32 anos, supostamente ocorrido durante um "ataque feroz com um elemento sexual".
O príncipe, de 34 anos, admitiu ter causado a morte de seu funcionário, mas negou a intenção e também as acusações de agressão contra ele.
Imagens de uma câmera de circuito interno do Landmark Hotel, no bairro de Marylebone, mostram Al Saud agredindo Abdulaziz dentro do elevador.
O advogado do príncipe, John Kelsey-Fry, negou as sugestões de que Al Saud e Abdulaziz matinha um relacionamento gay.
Elemento sexual
Os promotores do caso dizem que dois acompanhantes visitaram o príncipe no hotel poucos dias antes do assassinato, no dia 15 de fevereiro.
O brasileiro Pablo Silva disse que foi chamado pelo príncipe ao seu hotel cinco estrelas por meio de sites na internet nos quais oferecia seus serviços.
Em seu testemunho à Justiça, feito em português e com a ajuda de um intérprete, Silva disse não poder identificar se o homem a quem atendeu era realmente o príncipe.
Ele também disse não se lembrar com exatidão se houve algum elemento sexual no encontro com o príncipe, mas afirmou que provavelmente teria havido.
Silva disse ter sido pago com notas novas de 50 libras.
Doutorado
O brasileiro disse fazer um doutorado em matemática em Portugal, mas afirmou que visitava Londres para aprender inglês e aproveitava para trabalhar como acompanhante para pagar a estada.
Ele afirmou ter sido recebido por um homem "muito gentil", que "não era inglês", mas disse que não saberia dizer seu exato tom de pele.
"Acredito que ele estava sozinho. Fiz algumas perguntas superficiais sobre Londres e se ele gostava de Londres, mas não lembro muito de nossa conversa", disse Pablo, segundo a imprensa britânica.
"Eu perguntei se ele queria uma massagem e pedi a ele que tirasse um pouco de roupa para que eu pudesse fazer a massagem", disse. "Geralmente eu também tiro minha camisa ou minhas calças para provocar um pouco mais meu cliente", explicou.
O número de telefone do brasileiro estava em uma lista encontrada pela polícia no quarto de hotel do príncipe saudita.