A ajuda brasileira será muito importante na reconstrução de Angola, especialmente após o processo de guerra civil que destruiu o país nas últimas décadas. A afirmação é de José Manoel Cerqueira, economista e consultor de empresas angolanas.
Segundo ele, seu país não tem condições financeiras para arcar com os custos da reconstrução. Por isto, precisa da ajuda de países fortes economicamente, não só no sentido financeiro, mas em tecnologia.
Para o economista, o Brasil tem o perfil ideal para as parcerias de médio e longo prazo, já que tem características comuns com a África. "Angola precisa de parceiros que compreendam a alma africana e os problemas dos trópicos e o Brasil, entre os grandes países do mundo, é o que tem a maior vocação africana", afirma Cerqueira.
Um ponto a favor no desenvolvimento das relações bilaterais entre os dois lados do Atlântico é a língua portuguesa herança deixada pelos colonizadores portugueses.
Angola espera que a iniciativa privada brasileira invista principalmente em infra-estrutura e no setor agrícola. "O Brasil tem grandes chances para se tornar a maior potencia agrícola do planeta e nos precisamos que esta experiência seja transmitida para Angola", avalia o consultor.
Um grande entrave para o desenvolvimento das atividades econômicas angolanas são as minas terrestres deixadas pela guerra. O economista acredita que as forças armadas angolanas precisarão da ajuda do exército brasileiro para a retirada dos artefatos.
Os angolanos buscam a contribuição do Brasil também para solucionar as disputas agrárias no país. Com o fim dos conflitos, a força deixou de ser a lei que delimitava os territórios.
"Nós precisamos aprender muito sobre as questões ligadas a propriedade de terra para sabermos como administrar um sistema de propriedades voltadas para o desenvolvimento sustentável", afirma Cerqueira.
Fonte: Agência Brasil