O Brasil ficou na 103ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa, em seu relatório de violações de liberdade de jornalistas feito anualmente pela ONG Repórteres Sem Fronteiras em 180 países. A classificação foi divulgada nesta quarta-feira (26). Segundo a ONG, o Brasil continua sendo um dos países mais violentos da América Latina para a prática do jornalismo.
No relatório, a ONG também afirma que a ausência de um mecanismo nacional de proteção para jornalistas em situação de risco, juntamente com o clima de impunidade – alimentado pela corrupção desenfreada e pela instabilidade política –, ilustrada pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, tornam mais difícil a atividade jornalística no país.
A organização criticou ainda o panorama da mídia que, segunda ela, continua altamente concentrado, "especialmente em torno de grandes famílias industriais, muitas vezes próximas à classe política". Em 2015, o Brasil chegou a ocupar a 99ª posição da classificação, mas despencou.
O primeiro lugar do ranking ficou para a Noruéga, que atualmente é considerada livre de qualquer censura ou pressão política, além de a violência contra profissionais da comunicação ser raríssima.
Em contrapartida, o último lugar foi ocupado pela Coreia do Norte, que vive desde 2012 sob o regime ditatorial de Kim Jong-un. Os Estados Unidos ficaram em 43º no ranking geral. Na Europa, o 16º lugar foi para a Alemanha, o 39º para a França e o 40º para o Reino Unido. A Itália, por sua vez, ficou em 52ª posição. A ONG afirmou que o país ainda tem um nível de violência contra jornalistas, além de estes sofrerem ameaças da máfia e forte pressão política.
Na América Latina, a Argentina ficou em 50º lugar, enquanto a Venezuela ficou com a 137ª posição.