O Ministério das Relações Exteriores reafirmou hoje que a busca de uma solução para problemas registrados na Síria tem de ser capitaneado pelo povo daquele país. Diante do veto anunciado hoje pela Rússia e pela China à resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Itamaraty afirmou que a posição do Brasil com relação ao tema não mudou: o País condena de forma veemente o uso da força contra manifestantes. No entanto, acredita que somente uma solução negociada e pacífica pode por fim aos problemas. Um processo, completa, que tem de ser feito pelos sírios.
As informações foram dadas às vésperas do desembarque da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, ao Brasil. Ashton, que tem agendado para segunda-feira um encontro com ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não esconde que um dos principais objetivos de sua missão é tentar convencer o País a adotar uma posição mais incisiva em relação ao governo do presidente sírio, Bashar Assad.
O Itamaraty, no entanto, já havia dado mostras - reforçadas agora com as novas declarações - de que rejeitará o apelo da diplomata europeia. Hoje, a assessoria do Ministério das Relações Exteriores informou que o fim do mandato rotativo do País no Conselho de Segurança da ONU, em dezembro, não mudou o interesse do governo brasileiro em acompanhar de perto os problemas registrados na Síria. E que a negociação é o melhor caminho para o fim dos conflitos.
Hoje, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o veto da China e da Rússia à resolução enfraquece a ONU e a comunidade internacional, segundo informações de seu porta-voz, Martin Nesirky.