O Brasil descarta a possibilidade de integrar um eventual contingente militar multilateral no Iraque, segundo o chanceler brasileiro, Celso Amorim, um dia depois de a Argentina ter anunciado que deve propor à ONU uma iniciativa para o envio de tropas ao Iraque.
''No momento, o Brasil não pensa em nada disso'', disse Amorim. ''Não existe nenhum marco jurídico para enviar tropas ao Iraque'', disse o ministro das Relações Exteriores à margem de uma reunião de chanceleres do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e da Comunidade Andina de Nações (CAN, Bolívia, Peru, Venezuela, Equador e Colômbia) em Montevidéu.
O chanceler argentino, Rafael Bielsa, disse neste domingo que planeja enviar ''uma carta ao secretário de Estado americano, Colin Powell, com algumas idéias para uma nova resolução das Nações Unidas, para o envio de contingentes [multilaterais] ao Iraque para ajudar na manutenção da paz''.
''Como falamos ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, poderíamos mandar especialistas de reconstrução institucional e forças de segurança. Porém, ele me disse que é muito difícil responder porque não está claro sob qual comando os oficiais ficariam'', disse o chanceler.
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de Argentina, Brasil e Chile (que integra o Conselho de Segurança da ONU na qualidade de membro não-permanente) promoverem o envio de tropas de forma conjunta ao Iraque, o chanceler argentino respondeu: ''Nunca se tocou nesse tema''.
Informações da France Presse