O papa Bento 16 visitou nesta quinta-feira (30) a Mesquita Azul, durante a sua passagem por Istambul, na Turquia. A visita foi vista como mais um esforço de reconciliação com os muçulmanos, predominantes no país.
O pontífice havia se indisposto com os adeptos da religião em setembro ao reproduzir declarações de um imperador bizantino que sugeriam que o Islã era violento e irracional. Embora Bento 16 já tenha se retratado publicamente, a sua visita foi recebida com protestos por parte da comunidade muçulmana da Turquia.
De acordo com notícia da BBC Brasil, Bento 16 é o segundo líder da Igreja Católica a entrar em uma mesquita. João Paulo 2º, seu antecessor, havia visitado uma em Damasco, na Síria, em 2001.
Antes da visita à Mesquita Azul, o papa esteve na sede do Igreja Ortodoxa na Turquia, onde disse ser um "escândalo" os cristãos estarem divididos.
"As divisões que existem entre cristãos são um escândalo para o mundo", afirmou Bento 16 'a reportagem da BBC Brasil, referindo-se ao cisma entre católicos e ortodoxos ocorrido há cerca de mil anos por causa de divergências que incluíam o alcance da autoridade papal.
Segundo Bento 16, que fez da reunião dos cristãos um dos principais objetivos do seu papado, a divisão é um obstáculo à pregação do Evangelho. O pontífice foi convidado a visitar a Turquia justamente para promover uma reaproximação entre as duas Igrejas. Mas o correspondente da BBC na Turquia diz que, depois da polêmica de setembro, o objetivo da visita tornou-se também afastar a imagem de Bento 16 dos comentários interpretados como antiislâmicos.