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Bengala eletrônica facilita vida de deficientes visuais

21 fev 2008 às 21:15

O que os olhos não vêem pode acabar sendo uma ameaça ao corpo. Um dos problemas que os deficientes visuais enfrentam ao se locomover são os choques constantes com obstáculos localizados acima da altura da cintura, como orelhões e caixas de correio, por exemplo. Quando as bengalas tradicionais tocam suas bases, freqüentemente já houve a colisão com a parte superior desse tipo de mobiliário urbano. Pensando nisso, o professor Alejandro Garcia, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, desenvolveu uma bengala eletrônica. O equipamento tem sensores semelhantes a um sonar, que avisam por meio de vibrações no próprio cabo sobre a presença e localização de obstáculos.

O projeto começou em 2003 e os protótipos foram testados por alunos da ACIC - Associação Catarinense para Integração do Cego. Dois pontos foram considerados para o desenvolvimento da bengala eletrônica: custo e aparência. "Hoje a opção para melhorar a mobilidade é o cão-guia, que é caro de manter e ainda sofre resistências, já que nem todo lugar aceita cachorro", conta Marcilene Alberton Ghisi, coordenadora pedagógica da ACIC e portadora de deficiência visual.


Na primeira versão do projeto, a parte eletrônica ficava separada em uma caixa colocada na cintura do usuário e um fio a conectava à bengala para produzir a vibração. Justamente para tornar o modelo mais amigável, no segundo protótipo a eletrônica é embarcada na pega da bengala, constituindo o diferencial ergonômico e funcional.


O projeto integra diversas áreas do conhecimento, como hardware e design, baseados na tecnologia conhecida como "haptics", ou realimentação tátil com auxílio de sensores e reuniu uma equipe de oito pesquisadores.

A bengala eletrônica já tem protótipo pronto para ser apresentado a empresas. Há um similar importado que custa cerca de US$1.400. A previsão é que a nacional fique em torno de R$ 500.


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