A análise preliminar de dados da caixa-preta do Airbus da TAM mostra que o motor direito da aeronave estava quase na potência máxima quando chegou ao final da pista do aeroporto de Congonhas. Isso não significa que houve falha humana.
A informação é do deputado Ivan Valente (P-SOL-SP), que participou nesta quarta-feira (1) da reunião fechada entre os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados e o chefe do Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, brigadeiro Jorge Kersul.
No encontro, eles analisaram dados da caixa-preta do avião para cruzar os registros de voz com as informações gráficas. Segundo Valente, o brigadeiro fez questão de ressaltar que nunca foi piloto de Airbus. Portanto, a análise feita durante a reunião é preliminar e não conclusiva.
"O gráfico mostra que um dos manetes estava em posição de clinbing (subir) e o outro em idle (ponto morto). O gráfico vai até o fim com um reverso acelerando e outro desacelerando", afirmou Valente. "O motor direito estava com potência de quase decolagem, na interpretação do brigadeiro Kersul".
O deputado também disse que a avaliação leva a duas hipóteses. A primeira de que houve erro no posicionamento do manete, o que poderia caracterizar falha humana.
A segunda de que o manete estava posicionado corretamente, mas houve falha na leitura do computador, que poderia ter entendido o comando para acelerar e não para desacelerar a aeronave.
Valente lembrou que o manete não foi encontrado entre os escombros da aeronave. E, caso isso ocorra, não é possível afirmar, analisando apenas o equipamento, se ele estava ou não na posição correta, porque ele pode ter mudado de pisoção com o impacto do acidente.