Mundo

Aumentou uso de herbicida em mais de 30 mil toneladas

21 mai 2004 às 15:17

O Greenpeace divulgou nesta semana um estudo feito pelo Dr. Charles Benbrook*, PhD em agricultura econômica, sobre o uso de agrotóxicos nos Estados Unidos ao longo dos primeiros oito anos (1996-2003) de cultivo comercial de transgênicos no país.

Usando dados do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), o estudo mostrou que o plantio de soja transgênica resistente aos herbicidas aumentou o uso da substância em mais de 30 milhões de quilos nos últimos oito anos.


"As supostas vantagens ambientais dos cultivos transgênicos, tão aclamadas e divulgadas pelas indústrias de agrotóxicos, não resistiram ao tempo", declarou o engenheiro agrônomo Ventura Barbeiro, da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil. "Após oito anos de cultura transgênica, ficou claro que os argumentos usados por cientistas independentes, grupos ambientalistas e associações de defesa dos consumidores estavam corretos. Hoje é usado muito mais herbicida na agricultura norte-americana do que antes da introdução dos transgênicos", completou.


De acordo com o estudo, de toda a área cultivada com transgênicos nos Estados Unidos, 54% são de soja transgênica Roundup Ready, comercializada pela Monsanto. Os dados do USDA mostram um aumento de 22% na quantidade de glifosato aplicado por hectares de soja transgênicas entre 2001 e 2002.


"A soja transgênica é a principal responsável pelo aumento do uso de agrotóxicos. A redução do preço do herbicida, associada a sua menor eficácia, leva o agricultor a usar quantidades cada vez maiores de agrotóxicos em sua lavoura transgênica", constatou, completando que até mesmo as empresas de transgenia advertem os agricultores sobre o problema.


Segundo o Greenpeace, o Rio Grande do Sul é atualmente o maior foco de contaminação transgênica no Brasil: dos cerca de 83 mil agricultores que plantaram soja transgênica na safra 2003/2004, mais de 81 mil estão no Estado gaúcho.


A soja transgênica começou a ser plantada ilegalmente no Estado em 1998, após ter sido contrabandeada da Argentina. Hoje, seis anos depois, os agricultores gaúchos já começam a enfrentar problemas referentes ao aparecimento de ervas daninhas resistentes ao glifosato e ao conseqüente aumento do uso de agrotóxicos.

Informações da AEN


Continue lendo