Vinte pessoas morreram e 105 ficaram feridas hoje em um atentado suicida que destruiu um ônibus no oeste de Jerusalém, informou o chefe da organização Magen David Adom (MAD), o equivalente israelense à Cruz Vermelha.
''É o pior atentado contra um ônibus que já tivemos'', declarou Avid Zohar, diretor-geral do MAD.
O atentado ocorreu, por volta das 21h20 locais (15h20 em Brasília), quando um ônibus, da linha Egged 2, transportava judeus ortodoxos do Muro das Lamentações para a parte antiga de Jerusalém.
''Um suicida explodiu-se no meio de um ônibus'', disse Micky Levy, chefe da polícia de Jerusalém. ''Foi um grande artefato explosivo que deixou um grande número de feridos'', afirmou.
O movimento radical palestino Jihad Islâmico reivindicou o atentado suicida. O grupo informou às principais agências de notícias que um membro do braço armado do Jihad Islâmico foi o autor da explosão.
Os EUA condenaram o atentado e reiteraram seu pedido para que os palestinos desmantelem as organizações terroristas.
''Nós condenamos essa ação de terrorismo nos mais termos mais fortes'', disse o porta-voz da Casa Branca Sean McCormack. ''Nossos pensamentos e orações estão com as famílias das vítimas e as vítimas'', afirmou.
O primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen), também condenou o ataque. Eles estava reunido com representantes do Jihad Islâmico no momento da explosão.
Ameaça ao plano de paz
A explosão põe em risco o plano de paz apoiado pelo Quarteto (EUA, União Européia, ONU e Rússia), que tenta pôr fim ao conflito entre israelenses e palestinos e prevê a criação de um Estado palestino até 2005.
Fontes do governo israelense e da Autoridade Nacional Palestina (ANP) afirmaram, após o atentado, que as retiradas das tropas de Israel de quatro cidades da Cisjordânia, previstas para as próximas duas semanas, foram paralisadas.
''Israel cancelou as conversações e congelou todos os movimentos para retirar-se de Qalqilya e Jericó'', declarou Elias Zananieri, porta-voz do ministro palestino de Segurança, Mohammad Dahlan.
Também estavam previstas a entrega do controle para a ANP das cidades de Ramallah e Tulkarem em duas semanas, caso não houvesse atentados contra alvos israelenses.
O primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen), encontrou-se hoje com militantes islâmicos na faixa de Gaza para tentar convencê-los a suspender os ataques contra alvos de Israel.
Os principais grupos extremistas palestinos, incluindo Hamas e Jihad Islâmico, declararam, em 29 de junho, um cessar-fogo de três meses, mas alegaram que continuariam a responder às ações do Exército de Israel contra seus militantes.
Informações Folha Online