O astronauta brasileiro Marcos César Pontes disse ao chefe da Missão Centenário, Raimundo Mussi, que passa bem e que não precisou de medicamento em sua trajetória e nem em sua chegada à Estação Espacial Internacional (ISS, a sigla em inglês). Ele deu a informação em seu primeiro contato, no sábado, com o Centro de Controle de Vôos de Korolev, cidade a cerca de 50 quilômetros de Moscou.
Pontes informou ainda que tem bom ambiente de trabalho e que já executou duas experiências, como programado – Seeds e Germinação de Sementes em Microgravidade. Os dois experimentos foram transportados da nave Soyuz para a ISS e chegaram sem qualquer dano.
A experiência Seeds – Sementes de Feijão, da Secretaria de Educação de São José dos Campos (SP) – consiste na observação do crescimento de feijão em algodão com água em ambiente de microgravidade. No mesmo período, alunos de escolas de São José dos Campos poderão acompanhar o desenvolvimento do mesmo experimento.
A Germinação de Sementes em Microgravidade, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria (Embrapa), será feita com uma espécie do cerrado, a Astronium Fraxinifolium (gonçalo-alves). O objetivo é analisar o efeito da microgravidade sobre o processo germinativo, ampliando o conhecimento sobre a espécie nativa e aprimorando técnicas para a preservação ambiental e o uso sustentável. Os dois experimentos estarão em observação até 7 de abril.
Para este domingo, está prevista a experiência Nuvens de Interação Proteica, do Centro de Pesquisas Renato Archer, do Ministério da Ciência e Tecnologia. A substância é responsável pelo brilho dos vagalumes e por matéria-prima. O resultado permitirá a obtenção de medicamentos de ação mais rápida, a identificação de microorganismos causadores de doenças em reservatórios de abastecimento de água e até a busca de vida em outros planetas. O experimento terá duração de três dias.
Outra experiência a ser feita nesta segunda-feira (3) é a MHP – Minitubos de Calor, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A finalidade é transportar calor concentrado de uma região mais quente para outra mais fria, agindo como dispositivo de transferência de calor em ambientes de microgravidade, de forma a ampliar sua utilização para o controle de componentes eletrônicos em ambientes espaciais. A duração é de quatro dias.
O último experimento programado para esta segunda-feira é o CCM – Cromatografia da Clorofila, da Secretaria de Educação de São José dos Campos. Será feita com extrato de folhas de couve, com o objetivo de estudar a cromatografia e o tempo de separação dos pigmentos da clorofila. A duração é de um dia.