O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu desculpas ontem (11) pelo assassinato de 16 civis afegãos, entre eles nove crianças. Obama conversou por telefone com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, para pedir desculpas, dar condolências e manifestar tristeza pelas mortes. Todos foram mortos quando um soldado disparou à noite em uma vila na região de Candahar.
A assessoria de Obama informou que, no telefonema para Karzai, ele disse que o incidente é trágico e chocante e não representa o caráter excepcional de militares norte-americanos e o respeito que os Estados Unidos têm pelo povo do Afeganistão.
O nome do soldado não foi revelado. De acordo com informações preliminares, ele sofreu um colapso nervoso. Depois de atirar contra as pessoas, o militar retornou à base e se entregou. Na conversa com Karzai, Obama prometeu levar à Justiça qualquer responsável pelo incidente.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse que ficou "profundamente entristecido" ao saber do incidente. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que investigará o caso em cooperação com as autoridades afegãs.
Testemunhas disseram que moradores dos arredores de Panjwai protestaram em frente à base norte-americana. A Embaixada dos Estados Unidos no Afeganistão emitiu nota, na qual recomenda que os norte-americanos evitem viajar para a região.
O episódio pode afetar ainda mais a imagem dos soldados norte-americanos no Afeganistão. No mês passado, tropas do país queimaram várias cópias do Corão, o livro sagrado do Islã. Militares informaram que os livros foram queimados por engano. Uma série de protestos, devido ao episódio, deixou 30 mortos, entre eles seis soldados norte-americanos.