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Assaltante pega 49 anos por furto ao BC de Fortaleza

05 mar 2008 às 22:16

Antônio Jussivan dos Santos, o Alemão, e Marcos Rogério Machado de Morais, o Bocão, foram condenados a 49 anos de prisão, cada um, pelo furto milionário ao Banco Central de Fortaleza, realizado em agosto de 2005. A decisão foi do juiz da 11ª Vara da Justiça Federal, Danilo Fontenelle Sampaio.

Os dois assaltantes foram responsabilizados pelos crimes de furto qualificado, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e uso de documento falso.


No julgamento, Alemão disse à Justiça que ficou com R$ 5 milhões do total furtado da sede do Banco Central em Fortaleza, mas negou que tenha sido o líder da quadrilha ou que tenha qualquer ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele também negou saber o paradeiro dos outros envolvidos ou onde está o restante do dinheiro, cerca de R$ 114,8 milhões.


Alemão foi condenado a seis anos e oito meses de prisão pela Justiça do Ceará por outro furto a banco e ainda responde a um furto de R$ 7 milhões de uma empresa de segurança.


Retrospectiva


Em maio de 2005, o Brasil registrou o maior furto já praticado a banco no País. Cerca de R$ 164 milhões foram levados do cofre do Banco Central, em Fortaleza (CE). Segundo a polícia, Antônio Jussevan Alves dos Santos, o Alemão, foi o mentor do crime.


No início de 2005, ele teria recebido informações de uma pessoa que trabalhava nas dependências do BC de que a instituição tinha um cofre com muito dinheiro. Segundo a polícia, essa pessoa, então, procurou outro agente, que conhecia todo o sistema de segurança do local.


Alemão teria ligado então para dois comparsas. Um seria Luiz Fernando Ribeiro, o Fernandinho. Ele teria ajudado a financiar a construção do túnel e na instalação de uma empresa de fachada no terreno que serviu de apoio para a base da operação. Fernandinho foi morto antes de ser preso. Outro seria Davi da Silva, o Velho Davi. Eles são considerados pela PF como os grandes chefes da operação, com distinção para Alemão, que teria arquitetado toda a idéia e feito os primeiros contatos. Alemão e Davi estão presos.


Os três teriam feito então uma lista das pessoas que precisavam ter a seu lado para levar o plano adiante. Eles teriam chamado bandidos especialistas em construção de túneis e que teriam bom traquejo para montar um negócio de fachada.


Para chegar ao BC, os supostos criminosos cavaram um túnel que tinha ar-condicionado e era iluminado. Quem furtou o banco tinha informações bastante detalhadas sobre o cofre e sabia exatamente onde o túnel teria que desembocar, além da localização dos sensores de movimento da sala. Sabiam também que não deveriam levar todo o dinheiro guardado, mas apenas as notas sem numeração, o que dificultaria o rastreamento do dinheiro.


Segundo as investigações, os suspeitos levaram quatro meses construindo o túnel de 78 m, em um projeto que custou cerca de R$ 400 mil, e carregaram os R$ 164 milhões para fora do cofre por cerca de sete horas.

Ao todo, 36 pessoas teriam participado diretamente do furto.


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