A asma é um distúrbio inflamatório crônico dos pulmões, caracterizada por chiado, falta de ar, opressão torácica e tosse, a qual afeta cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo.
Dentre muitos e conhecidos fatores que desencadeiam os sintomas da asma, como mudança brusca de temperaturas, poeira, poluição, etc., está uma que poucos conhecem: o exercício físico. Chamada de AIE (Asma Induzida por Exercício), a condição consiste no aparecimento súbito de sintomas de asma durante ou logo após um exercício físico vigoroso, o que é comum em algumas atividades esportivas. Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em crianças.
Nem sempre é fácil reconhecer a AIE, pois os sintomas podem ser confundidos com falta de preparo físico. Em atletas, estes sintomas muitas vezes são explicados por ausência de treinamento e, se persistem, as primeiras doenças investigadas são as cardíacas. Raramente a asma é lembrada em caso de redução do rendimento esportivo.
Segundo a Dra. Iara Nely Fiks, doutora em pneumologia pela Faculdade de Medicina da USP e professora de pneumologia da faculdade de medicina do ABC, a AIE deve ser lembrada quando um atleta ou qualquer pessoa que pratica uma atividade física reclama de falta de ar, aperto no peito e tosse seca desencadeada por exercício. Apesar de ser um gatilho para as crises, a especialista lembra que a asma pode ser controlada e não impede a prática esportiva.
Para este tipo de afecção, existem dois tipos de medicamentos, os chamados de resgate, utilizados no momento da crise, como os broncodilatadores, e os de controle, que podem ser os antileucotrienos ou os corticóides inalados, que devem ser administrados regularmente e ajudam a evitar sintomas e crises. Com o tratamento correto, qualquer asmático pode levar uma vida normal, inclusive praticar esportes e possuir um rendimento tão bom quanto alguém que não tem a doença.