O ator Arnold Schwarzenegger, candidato favorito ao governo da Califórnia na eleições da próxima semana, pediu desculpas publicamente pelas alegações de mau comportamento sexual no passado, mas negou ter-se declarado admirador de Adolf Hitler.
Em reportagem do jornal Los Angeles Times, seis mulheres alegam que foram apalpadas sem consentimento por Schwarzenegger. Os incidentes teriam ocorrido na década de 70 embora haja um registro em 2000.
O jornal identifica apenas duas das mulheres que teriam sofrido assédio sexual: E. Laine Stockton e a apresentadora da televisão britânica Anna Richardson disseram que o ator-candidato tentou apalpar seus seios. Com medo de represálias no trabalho, as outras preferiram o anonimato.
"Sim, eu me comportei mal algumas vezes. Eu fiz coisas que não eram certas, que eu achei na época que eram uma brincadeira, mas agora eu reconheço que eu ofendi pessoas", afirmou, durante campanha para ser governador da Califórnia.
"A essas pessoas que eu ofendi eu quero dizer que eu sinto profundamente e que peço desculpas, porque não era isso que eu estava tentando fazer."
Antes das declarações de Schwarzenegger, o porta-voz da sua campanha havia acusado "democratas e outros" de tentarem sabotar a campanha do ator ao governo da Califórnia.
Especialistas dizem que, no momento, a disputa está concentrada entre o atual governador, o democrata Gray Davis, e o ator republicano.
O jornal Los Angeles Times se opõe à eleição extraordinária, que será realizada em cinco dias. Mas, diz que a reportagem é resultado de sete semanas de investigação e não fruto de informações de campanha do candidato rival.
O diário diz ainda que Schwarzenegger não está tratando seriamente dos assuntos que afetam o Estado.
Sobre a admiração por Hitler, o candidato republicano respondeu em entrevista coletiva nessa quinta-feira, que ele próprio não pode imaginar ter dito qualquer coisa nesse sentido, porque desde criança não gostava do que Hitler apregoava. "Eu acho que Hitler foi um vilão nojento, um ditador que causou tanto mal ao mundo que nós precisamos ter a certeza de que isso nunca mais aconteça", disse.
Essas eleições na Califórnia são atípicas. O atual governador Gray Davis está no poder há menos de um ano. Foi eleito em novembro de 2002 para um segundo mandato. Mas, uma lei estadual de 1911 prevê, que não satisfeita com o governador, a população pode, com um abaixo assinado, desencadear o processo para novas eleições.
A lei exige que o número de assinaturas aceitáveis corresponda a 12% dos votos obtidos pelo candidato na eleição anterior. No caso, a petição teve
1,360 milhão de assinaturas válidas, contra 897 mil necessárias.
Davis é acusado de ter escondido dos californianos, para se reeleger, o tamanho da crise fiscal que o estado vem enfrentando. Um déficit próximo dos US$ 38 bilhões.