Cerca de três mil argentinos passaram mais de sete horas em uma fila na ontem (10), em Buenos Aires, para tomar a vacina contra a febre amarela. Segundo os funcionários da Direção de Saúde das Fronteiras e Pontos de Transportes, onde ocorre a vacinação, a maioria dos argentinos que querem ser vacinados tem viagem marcada para o Brasil.
Policiais e soldados da Marinha, que trabalham próximo ao centro de vacinação, foram chamados para organizar a fila. "É a primeira vez que faço esse trabalho aqui. Nunca vi tanta gente querendo ser vacinada", disse um dos soldados.
Muitas das pessoas que esperavam para ser vacinadas argumentavam que, apesar de não estarem embarcando para regiões de risco da doença no Brasil, preferiam ser vacinados.
Diante do aumento da procura pela vacina contra a doença, o ministério da Saúde argentino divulgou comunicado, em sua página na internet, nesta sexta-feira, informando sobre a habilitação de mais dois locais de vacinação na capital do país.
Turistas
No anúncio, o ministério esclarece que os turistas que embarcarem para o litoral brasileiro não precisam ser imunizados contra a febre amarela.
"Recomenda-se a vacinação de todas as pessoas que tenham como destino turístico cidades nas áreas de 'risco de transmissão': Acre, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Amazonas, Roraima, Amapá e Maranhão", diz o texto.
No alerta do ministério da Saúde argentino, o Estado do Piauí também foi incluído, com a ressalva de que oferece "risco esporádico de transmissão".
O comunicado ressalta ainda que "não há perigo nas áreas da costa do sul do país (Brasil)".
Imprensa
Nos últimos dias, as principais emissoras de televisão da Argentina, como America24h, divulgaram a necessidade de vacinação para todos os que embarquem para o Brasil.
Os argentinos, tradicionalmente, viajam para o território brasileiro – principalmente para as praias de Santa Catarina – nesta época do ano.
Segundo dados oficiais, este é o primeiro verão, desde a crise argentina de 2001, que registra quantidade recorde de turistas argentinos viajando para o Brasil.
O recorde foi registrado apesar da valorização do real frente ao dólar e ao peso.
As informações são da BBC Brasil.