Apontada pelo papa João Paulo II como "continente da esperança", a América Latina abriga 24% dos católicos do mundo, segundo a edição do Anuário Pontifício de 2011, com dados referentes ao ano de 2009. É uma porcentagem igual à da Europa e superior à da África (15,2%), Ásia (10,7%) e Oceania (0,8%). Somando-se os Estados Unidos e o Canadá aos países latino-americanos, a América tinha então 49,4% dos 1,181 bilhão de católicos então existentes.
Quando fala de "erosão" na América Latina, o cardeal Marc Ouellet refere-se ao desprestígio crescente dos valores tradicionais da Igreja no continente. Marcada pela Teologia da Libertação, que nasceu na Conferência do Episcopado Latino-americano de Medellín, Colômbia, em 1968, a Igreja Católica viveu intensas divergências internas, entre uma ala conservadora majoritária e os defensores da Opção Preferencial pelos Pobres, de tendência alegadamente marxista.
O Vaticano preocupa-se igualmente com a onda crescente de secularização e com a rejeição de princípios da Igreja por grande número de católicos. Esse grupo, que inclui teólogos e até alguns bispos, defende o fim do celibato, pede a ordenação sacerdotal de homens casados e de mulheres, aceita o uso de contraceptivos para controle de natalidade e reivindica a readmissão na vida comunitária dos divorciados e recasados.
Apesar da crise, que tem levado milhões de fiéis a buscar outras religiões, em especial as igrejas evangélicas, o número de padres aumentou em 2011 em comparação com os anos anteriores. Cresceu também a presença de movimentos leigos de evangelização, sobretudo no Brasil.