A Alta Corte britânica começou a analisar nesta terça-feira (05) o recurso da família do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes pedindo uma punição individual aos policiais responsáveis pela ação que resultou em sua morte numa estação de metrô em Londres, no ano passado.
O recurso impetrado pela família de Jean Charles em outubro contestava a decisão da Procuradoria-Geral de não processar nenhum dos 15 policiais envolvidos na ação por considerar que não havia evidências suficientes para isso. As informações são da BBC Brasil.
A Procuradoria-Geral decidiu em julho processar apenas a Polícia Metropolitana por violações das leis de segurança e saúde, por não ter oferecido proteção adequada a Jean Charles no dia em que ele foi morto.
Jean Charles, então com 27 anos, recebeu sete tiros na cabeça dentro da estação de Stockwell, no sul de Londres, durante uma operação policial que o teria tomado como um possível homem bomba prestes a se explodir.
A morte do brasileiro ocorreu no dia 22 de julho, duas semanas após os atentados que mataram 52 pessoas no sistema de transporte da capital britânica e um dia após novos atentados frustrados a trens do metrô e um ônibus.
A Polícia Metropolitana nega responsabilidade criminal sobre a morte de Jean Charles. Se a corporação for condenada por violação às leis de segurança e saúde, estará sujeita a uma multa sem limite máximo.
O caso Jean Charles Menezes ainda está sendo investigado pela Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), que pretende divulgar um relatório até o fim do ano.
O inquérito do IPCC investiga se houve acobertamento da morte do brasileiro e se houve alguma conduta irregular do chefe da polícia de Londres, Ian Blair, no caso.