O governo do Afeganistão conclamou neste domingo (2) o vizinho Paquistão a tomar atitudes concretas para ajudar a pôr um fim à insurgência do Taleban e a usar sua influência para convencer os milicianos islâmicos a ingressarem em negociações diretas de paz.
O apelo de Cabul segue-se a acusações segundo as quais Islamabad, por conta de suas relações históricas com milícias da região, teria desempenhado papel ativo de suporte a ataques contra alvos norte-americanos e afegãos.
O Paquistão, cujo envolvimento é considerado crucial em qualquer tentativa de diálogo, rechaça a acusação, mas o apelo afegão sinaliza a crescente impaciência de Cabul após uma década de combate à insurgência protagonizada pelo Taleban em seu território.
"O Afeganistão investiu muita boa vontade e muito capital político para criar uma atmosfera de confiança e tentou melhor as relações com o Paquistão pelos últimos três anos", declarou Janan Mosazai, porta-voz da chancelaria afegã, em entrevista coletiva concedida neste domingo em Cabul. "Infelizmente, porém, nós não temos testemunhado o tipo de progresso concreto que esperávamos e que nos foi prometido por nossos irmãos e irmãs do Paquistão", lamentou ele.
Em particular, prosseguiu o porta-voz da chancelaria, o Afeganistão quer que seu vizinho "facilite as negociações diretas com os líderes do Taleban, assim como com outros líderes insurgentes que estejam prontos a aderir ao plano afegão de reconciliação nacional". As informações são da Associated Press.