A série de 13 tremores de terra registrados ontem (11), no período das 11h55 às 16h10, no Chile, com variações de 2 a 7,2 graus de magnitude na escala Richter, assustou os convidados estrangeiros que participavam da cerimônia de posse do novo presidente, Sebastián Piñera - entre eles, o príncipe Felipe da Espanha e os presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Equador, Rafael Correa, do Paraguai, Fernando Lugo, e do Uruguai, José "Pepe" Mujica.
"Acho que ninguém se acostuma com isso", afirmou Mujica, ao ser perguntado se estava acostumado com tremores de terra no Uruguai. "Apesar da tensão, temos de enfrentar tudo isso com serenidade", disse Correa, que durante a solenidade de posse de Piñera foi flagrado pelos fotógrafos com semblante de pânico.
Na cerimônia de posse, realizada na cidade de Valparaiso – que fica a 120 quilômetros da capital Santiago - foi registrado terremoto de 5 graus de magnitude. O príncipe Felipe da Espanha olhou para o teto com reação de medo, enquanto Morales e Lugo fizeram cara de espanto. Por segurança, o local da solenidade, o Congresso Nacional, foi esvaziado.
"Não é uma sensação agradável sentir a terra tremer", desabafou o ex-primeiro-ministro da Espanha José María Aznar, que confessou ter sentido medo. Para o presidente do Peru, Alan García, foi importante que autoridades estrangeiras sentissem como é passar por um terremoto, como a experiência vivida por tantos chilenos.
Apesar da série de terremotos e do alerta de tsunami, a cerimônia dedicada à posse de Piñera foi mantida ontem (11). A diferença foi a decisão de transferir o restante da solenidade para o Palácio de La Moneda (sede oficial do governo), localizado em Santiago, cujos tremores costumam ser mais suaves.
Piñera tentou tranquilizar os convidados ao brincar que os tremores tinham sido provocados pela oposição que queria desestabilizá-lo.