Pesquisa realizada pelo Ibope entre os dias 20 e 23 de março, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com 2 mil eleitores em 145 cidades, revelou que 75% aprovam a forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está conduzindo o país e 51% aprovam o governo em si.
Os dados foram divulgados hoje pelo presidente da CNI, Armando Monteiro Neto. Ele ressaltou o fato de a expectativa da opinião pública com o governo manter-se no mesmo patamar de pesquisa realizada em dezembro.
Ele disse que, apesar das muitas reivindicações por melhorias, 74% dos entrevistados se manifestaram "satisfeitos" ou "muito satisfeitos" com a vida que estão levando.
Para Monteiro, esses números certamente seriam melhores hoje, por causa dos bons índices econômicos divulgados depois de encerradas as entrevistas.
Monteiro lembrou que apesar da predominância do otimismo, com metade dos entrevistados entendendo que "o Brasil está no caminho certo", aumentou a apreensão com a inflação e o aumento do desemprego, na comparação com a pesquisa CNI/Ibope de dezembro: 61% deles acreditam que a inflação vai aumentar, contra 55% na pesquisa anterior; 56% acham que o desemprego vai crescer (43% antes); e aumentou de 22% para 29% o índice dos que entendem que a renda das pessoas em geral vai cair.
Em conseqüência dessas preocupações, os entrevistados disseram que pretendem comprar menos e evitar o crediário. O presidente da CNI revelou, porém, que a percepção do risco de um processo inflacionário torna o combate à alta dos preços prioritária na ação do governo.
Para ele, as causas inflacionárias foram criadas no governo anterior e recrudesceram na mudança de governo, mas a inflação já dá sinais de queda.
No "ranking" de prioridades dos entrevistados, a maior preocupação é com o emprego/desemprego (48%), seguindo-se o combate à fome e à pobreza (34%), saúde (27%), segurança e combate à violência (25%), educação (15%), combate à inflação (11%), combate à corrupção (8%).
As reformas em pauta no Congresso Nacional mereceram menor atenção, com 8% para a Reforma Trabalhista, 5% para a Reforma da Previdência, e 3%, cada, para as reformas Tributária e Agrária. A anunciada Reforma Política mereceu a preocupação de apenas 1% dos pesquisados.