Levantamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) mostra que, após a proibição do nepotismo no Poder Judiciário, foram exonerados cerca de 2,6 mil parentes de juízes em todo o país. O número foi divulgado pelo presidente da Comissão de Combate ao Nepotismo do Conselho Federal da OAB, Wladimir Rossi Lourenço.
A proibição do nepotismo no Judiciário está prevista em resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicada em 14 de novembro no Diário Oficial da União. No dia 16 de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a norma constitucional. A decisão é retroativa ao dia 14 de fevereiro – prazo fixado pelo CNJ para que os tribunais exonerassem os parentes de juízes.
Para o presidente da OAB da Bahia, Dinailton Oliveira, é preciso que a sociedade fique atenta para a possibilidade de funcionários demitidos serem contratados para trabalhar em outros poderes, numa troca de favores entre dirigentes dos órgãos conhecida como transnepotismo.
"Não dá para avaliar a extensão dessa troca de favores", disse Oliveira. "A sociedade então tem o papel fundamental de exercer o controle social e fiscalizar esses atos públicos." Segundo ele, a OAB vai fazer o "acompanhamento devido" para evitar a ocorrência desses casos.
Agência Brasil