Mercado Financeiro

Global Invest Morning Call - 19/08/05

19 ago 2005 às 11:11

COMENTÁRIO GERAL


Tudo bem que quinta é dia do boato, mas não precisava exagerar. Vejam alguns, apenas alguns exemplos do que ouvi ontem: Boatos sobre denúncias a serem divulgadas pelas revistas no final de semana, atingindo Antonio Palocci; rumores de saída de recursos de investidores estrangeiros; rumores de que o BC voltaria a intevir no mercado cambial; rumores de pesquisas de opinião mostrando queda de popularidade de Lula. Fora a boataria, tambem pesou a decepção com a decisão do Copom de não reduzir os juros, o depoimento de Delúbio Soares n CPI e a alta genealizada do Dólar no mercado internacional.


Por outro lado, no campo dos fatos concretos só tivemos boas notícias: lá fora os indicadores econômicos saíram melhor do que o esperado, em particular o Philly Index, enquanto que por aqui tivemos deflação forte no IGP além de resultados espetaculares de nossas contas externas.


Confrontando a realidade com a fantasia o que se viu de fato foi a predominância de um movimento técnico num ambiente de liquidez restrita. Com os player predispostos em conduzir o mercado na direção oposta ao movimento dos últimos dias, aos poucos fomos assistindo ao acionamento de stops sucessivos, evento comum em situações como essas. Não vejo por ora nenhum sinal de mudança estrutural no cenário benigno do mercado, todavia no curto prazo há espaço para ampliação do mau humor. E tambem é prudente ser cauteloso e aguardar a concretização ou não de alguns dos boatos que circularam, em especial o que envolve Palocci. Hoje não teremos indicadores relevantes.


Mercado Brasileiro


Dólar – Em julho a conta de transações correntes teve superávit de US$ 2,6 bi em julho, o maior desde o início da série em 1947. Alem disso nossa dívida externa atingiu seu menor nível desde 1997. Mais entrada e menos estoque de dívidas em moeda estrangeira, combinado com juros estratosféricos manterão a trajetória de queda do Dólar por aqui, em termos de médio prazo. É claro que, se começarmos a assitir o tão esperado impacto do Dólar barato sobre as contas externas esse cenário tem que ser reavaliado, mas por ora não há sinais desse movimento, portanto na figura maior é para baixo que vamos. O problema, porém, está no curto prazo, onde estamos assistindo a uma onda de stops sendo acionados nas mesas de operação. Nos últimos meses vimos isso acontecer várias vezes, e a arte sempre está em encontrar o ponto de inflexão ladeira abaixo. Vejamos os números: Pra cima temos duas resistências, uma mais fraca a R$2,423 e outra bem mais forte a R$ 2,445, ponto de difícil superação e que sugere venda. Todavia, se essa barreira não segurar a alta só vamos parar lá em cima, a R$ 2,50. Pra baixo temos suportes a R$ 2,380, R$ 2,355 e R$ 2,330. Devemos ter abertura dando continuidade ao movimento de ontem, mas creio que ficaremos a maior parte do dia batendo cabeça entre R$ 2,380 e R$ 2,423.
Dólar à vista: R$ 2,380 (+1,10%); Dólar futuro ago/05: R$ 2,397 (+1,33%); Euro: R$ 2,8974 (+0,29%).

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