A região do Vivi Xavier (Zona Norte) foi a que mais cresceu em números totais em relação à população de moradores de Londrina. Abrangendo outros bairros menores, o Vivi é habitado por 28.071 pessoas, 43,63% a mais que as 19.544 pessoas registradas em 2010. Os dados foram baseados no critério urbanístico adotado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Censo Demográfico 2022, divulgado no dia 14 de novembro.
O Censo também divulgou que o Vivi Xavier tem 11.502 domicílios espalhados por 6,13 km² de área, resultando em uma densidade populacional de 4.578 habitantes por km² (quilômetro quadrado).
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Os Cinco Conjuntos ainda são a região mais populosa de Londrina, mas registraram queda em relação ao Censo de 2010. Atualmente, 37.070 pessoas moram nos diversos bairros que compõem a localidade, 10% a menos que as 41.285 anotadas em 2010. O popularmente conhecido como Cincão tem 15.264 domicílios divididos por uma área de 6,70 km², resultando em um aglomerado de 5.531 habitantes por km².
Com cerca de 1.800 moradores a mais, o Centro Histórico de Londrina tende a ser ultrapassado pelo Vivi Xavier nos próximos anos. Isso porque em 2010 a diferença entre as duas regiões era de 67%. Nos números atualizados, a discrepância caiu para 6,5%.
O Centro Histórico possui atualmente 29.918 habitantes, 8,23% a menos do que em 2010 (32.601). A região, no entanto, é onde está a maior densidade populacional por quilômetro quadrado de Londrina, com 17.406 domicílios espalhados por 3,25 km².
A Zona Norte de Londrina também despontou como a localidade mais habitada do município. Abrigando os superpopulosos Vivi Xavier e Cinco Conjuntos, a região tem atualmente 142.661 habitantes espalhados por 59.866 domicílios.
O Centro é a localidade menos habitada, com 74.873 habitantes divididos em 40.566 domicílios. Confira a população de todas as regiões de Londrina divulgada pelo IBGE no fim da reportagem.
Critérios urbanísticos do IBGE
De acordo com o IPPUL (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano) de Londrina, o IBGE adota critérios próprios de identificação na pesquisa divulgada. São usados como base pontos de referência - que recebem o nome do bairro mais antigo ou de maior relevância - com diversos bairros menores como componentes. Por exemplo, o que o IBGE considera como Parigot de Souza, na realidade é uma junção de diversos bairros da região norte de Londrina, como Parigot de Souza 1, Parigot de Souza 2, José Giordano, Newton Guimarães, Jardim Continental, Residencial do Café e outros. Já no Vivi Xavier, aparecem os bairros Porto Seguro, Casone, Jardim das Palmeiras, José Belinati, Jardim Alphaville, Portal do Sol, Belleville, Alto da Boa Vista, Jardim dos Estados e mais.
Nos Cinco Conjuntos, são atrelados Jardim Belém, Jardim Aliança, Luiz de Sá, Semiramis Barros Braga, João Paz, Jacutinga, Jácomo Violim, Assis, Aquilles Sthengel, Primavera, Jardim Campos Verdes, Jardim Itapoá, Maria Cecília e outros.
A reportagem buscou entender por que grandes bairros de Londrina, como Vista Bela e São Jorge, por exemplo, não apareceram nas listas divulgadas pelo IBGE. O instituto de pesquisa ressaltou que as regiões divulgadas são as que foram legalmente instituídas pelo município. O IPPUL, questionado, explicou que uma nova lei, com atualizações dos bairros de Londrina, foi aprovada em dezembro de 2023. Em 2025, quando o próximo ciclo de edições do IBGE estiver sendo planejado, as localidades de Londrina já deverão ser tratadas de forma atualizada.
Regularização fundiária e empreendimentos particulares
O presidente da Cohab (Companhia de Habitação) de Londrina, Edimilson Salles, destacou, em entrevista ao Portal Bonde, que um dos motivos que pode ter ocasionado o aumento de moradores da região do Vivi Xavier foi a intensa regularização fundiária.
"Além dos empreendimentos particulares, a gente trabalhou com a regulamentação fundiária. Antes, esses bairros eram chamados de favela. Hoje, o termo correto é ocupação irregular. Por exemplo, o Shekinah - quando era ocupação - não tinha nome de rua ou endereço. Os moradores usavam o endereço de algum parente de outra região. A partir do momento que foi regularizado, foram entregues as documentações para 110 famílias, aproximadamente 500 pessoas. Isso há dois ou três anos", explicou.
Além do Shekinah, diversos outros bairros foram regularizados na região. Ao todo, quase 2 mil pessoas foram beneficiadas nos últimos anos. "O último empreendimento faixa 1 (sem renda) do Minha Casa Minha Vida em Londrina foi no Vista Bela. De lá para cá, não houve mais. Então, o prefeito Marcelo Belinati pediu para a equipe se reinventar para não ficarmos esperando novos empreendimentos. Por isso, partimos para a regularização fundiária. Foi o que aconteceu com o San Rafael, que fica do lado do Shopping Boulevard e estava há 25 anos sem luz, asfalto e documentação. Uma favela no Centro da cidade", disse o presidente.
No Perobinha (Zona Norte), o IBGE divulgou que houve um crescimento de 31.169% no número de habitantes de 2010 a 2022. Salles ressaltou que a expansão é reflexo do programa Minha Casa Minha Vida que, por meio da faixa 2 (destinada a pessoas com renda de 2 a 4 salários mínimos), possibilitou a aquisição de 4 mil apartamentos na região - entre os já entregues e os em construção.
Quanto à diminuição dos habitantes dos Cinco Conjuntos, Salles enfatizou que muitos pontos podem ser considerados. Ele também pontuou que os programas habitacionais têm preferência em realocar pessoas dentro da mesma região, o que possibilitou a migração de pessoas para bairros próximos dentro da mesma localidade.
"Acredito que a diminuição ocorreu porque as pessoas que pagavam aluguel ali na Zona Norte, ou moravam no fundo das casas, migraram para bairros próximos. Com essa facilidade de se obter um imóvel novo, ela acabou migrando dentro da própria Zona Norte. Os programas habitacionais preferem que a pessoa já more na região pelo fato dos filhos já estarem inseridos na escola, pelas vivências. A migração - por meio da Cohab - da Zona Norte para a Zona Sul, por exemplo, é só em último caso."
Falta de serviços e superlotação
A superlotação do transporte público foi citada como o principal problema da Zona Norte de Londrina pela auxiliar de estoque Renata Campos, de 34 anos, moradora do Maria Cecília, um dos bairros componentes dos Cinco Conjuntos.
"É muita gente. Apesar de ter muitos ônibus que vão para lá, sempre são cheios. Eu pego o 405 ou 406 e é toda hora assim, lotado [...]. Mas também existem muitos serviços. Eu moro do lado da [avenida] Saul Elkind e lá tem de tudo. Tudo o que preciso está do lado", explicou Renata.
Em contrapartida, o representante comercial aposentado Flávio Csiszer, de 78 anos, destacou a falta de serviços como um dos principais motivos que está afastando os moradores da região Central. Ele também citou a "insegurança" e a "insalubridade".
"São vários fatores [para a diminuição da população]. Um deles é o fechamendo do mercado que tínhamos próximo daqui. As pessoas idosas, que é a maioria predominante do Centro, têm dificuldades de se locomover. Outro fator é o abandono e a insegurança que o Centro apresenta hoje, principalmente a região do Bosque, que é insegura e insalubre por causa da presença das pombas", salientou o aposentado.
Confira abaixo a relação de todos as regiões de Londrina citadas pelo Censo Demográfico do IBGE.
População, domicílios e área
Aeroporto:
2.037 pessoas
864 domicílios, sendo 4 coletivos
2,77 km² de área
735 hab/km²
Alpes:
10.163 pessoas
4.190 domicílios, sendo 1 coletivo
3,76 km² de área
2.700 hab/km²
Antares:
11.550 pessoas
4.573 domicílios, sendo 2 coletivos
2,44 km² de área
4.731 hab/km²
Bandeirantes:
8.270 pessoas
3.451 domicílios, sendo 5 coletivos
2,27 km² de área
3.635 hab/km²
Bela Suiça:
332 pessoas
148 domicílios
0,56 km² de área
592 hab/km²
Brasília:
7.464 pessoas
3.431 domicílios, sendo 7 coletivos
1,59 km² de área
4.708 hab/km²
Cafezal:
12.242 pessoas
4.581 domicílios, sendo 2 coletivos
2,51 km² de área
4.881 hab/km²
Califórnia:
12.787 pessoas
5.146 domicílios, sendo 2 coletivos
6,06 km² de área
2.109 hab/km²
Centro Histórico:
29.918 pessoas (32.601 em 2010) - 8,23%
17.406 domicílios, sendo 33 coletivos
3,25 km² de área
9.208 hab/km²
Champagnat:
7.584 pessoas
3.288 domicílios, sendo 6 coletivos
1,87 km² de área
4.049 hab/km²
Cilo 2:
2.222 pessoas
1.293 domicílios
1,98 km² de área
1.119 hab/km²
Cilo 3:
1.730 pessoas
719 domicílios
5,61 km² de área
308 hab/km²
Cidade Industrial 1:
1.072 pessoas (101 em 2010) + 962%
522 domicílios
9,45 km² de área
113 hab/km²
Cidade Industrial 2:
6.601 pessoas
3.621 domicílios
5,70 km² de área
1.157 hab/km²
Cinco Conjuntos:
37.070 pessoas (41.285 em 2010) - 10,3%
15.264 domicílios
6,70 km² de área
5.531 hab/km²
Coliseu:
9.167 pessoas
4.227 domicílios
1,72 km² de área
5.315 hab/km²
Ernani:
10.349 pessoas
4.297 domicílios
1,54 km² de área
6.726 hab/km²
Esperança:
4.153 pessoas
1.396 domicílios
5,67 km² de área
732 hab/km²
Fraternidade:
3.834 pessoas
1.880 domicílios
1,01 km² de área
3.811 hab/km²
Guanabara:
10.785 pessoas
4.852 domicílios, sendo 9 coletivos
1,91 km² de área
5.643 hab/km²
H.U.:
4.851 pessoas
1.911 domicílios, sendo 6 coletivos
1,08 km² de área
4.486 hab/km²
Heimtal:
2.542 pessoas (673 em 2010) + 277,7%
1.033 domicílios
0,60 km² de área
4.218 hab/km²
Higienópolis:
3.260 pessoas
1.964 domicílios, sendo 5 coletivos
0,79 km² de área
4.135 hab/km²
Ideal:
6.013 pessoas
2.661 domicílios, sendo 1 coletivo
2,28 km² de área
2.639 hab/km²
Indústrias Leves:
1.873 pessoas
786 domicílios, sendo 2 coletivos
2,99 km² de área
626 hab/km²
Inglaterra:
10.051 pessoas
4.546 domicílios, sendo 2 coletivos
1,89 km² de área
5.312 hab/km²
Interlagos:
12.783 pessoas
5.473 domicílios
2,15 km² de área
5.943 hab/km²
Ipiranga:
4.398 pessoas
2.790 domicílios, sendo 3 coletivos
0,54 km² de área
8.163 hab/km²
Jamaica:
10.889 pessoas
5.000 domicílios, sendo 5 coletivos
1,89 km² de área
5.764 hab/km²
Leonor:
22.222 pessoas (25.430 em 2010) - 12,61%
9.270 domicílios, sendo 1 coletivo
3,75 km² de área
5.932 hab/km²
Lindóia:
12.520 pessoas (13.612 em 2010) - 8,02%
5.264 domicílios, sendo 2 coletivos
6,59 km² de área
1.899 hab/km²
Lon Rita:
7.321 pessoas
2.859 domicílios
1,93 km² de área
3.786 hab/km²
Olímpico:
8.288 pessoas
3.319 domicílios
1,32 km² de área
6.256 hab/km²
Ouro Verde:
14.943 pessoas (12.493 em 2010) + 19,61%
6.490 domicílios, sendo 4 coletivos
2,11 km² de área
7.078 hab/km²
Pacaembú:
12.411 pessoas
5.394 domicílios, sendo 5 coletivos
3,40 km² de área
3.653 hab/km²
Palhano:
27.106 pessoas
14.451 domicílios, sendo 1 coletivo
4,26 km² de área
6.362 hab/km²
Parigot de Souza:
22.624 pessoas (23.276 em 2010) - 2,8%
8.917 domicílios, sendo 3 coletivos
4,21 km² de área
5.371 hab/km²
Parque das Indústrias:
17.760 pessoas (19.027 em 2010) - 6,65%
7.259 domicílios, sendo 3 coletivos
4,14 km² de área
4.290 hab/km²
Perobinha:
8.129 pessoas (26 pessoas em 2010) + 31.169%
3.754 domicílios
5,07 km² de área
1.602 hab/km²
Petrópolis:
4.575 pessoas
2.066 domicílios, sendo 15 coletivos
2,34 km² de área
1.956 hab/km²
Piza:
12.570 pessoas
5.249 domicílios, sendo 2 coletivos
6,48 km² de área
1.940 hab/km²
Presidente:
5.897 pessoas
2.940 domicílios, sendo 1 coletivo
1,32 km² de área
4.456 hab/km²
Quebec:
4.331 pessoas
2.230 domicílios, sendo 6 coletivos
1,94 km² de área
2.230 hab/km²
Sabará:
5.011 pessoas
2.117 domicílios, sendo 4 coletivos
1,21 km² de área
4.134 hab/km²
Saltinho:
4.857 pessoas
1.814 domicílios
2,92 km² de área
1.665 hab/km²
Shangri-Lá:
5.353 pessoas
2.389 domicílios, sendo 10 coletivos
1,57 km² de área
3.419 hab/km²
Tucanos:
6.743 pessoas
2.873 domicílios, sendo 1 coletivo
2,42 km² de área
2.788 hab/km²
União da Vitória:
10.031 pessoas (10.086 em 2010) - 0,54%
3.608 domicílios, sendo 3 coletivos
3,93 km² de área
2.554 hab/km²
Universidade:
8.700 pessoas
3.567 domicílios, sendo 3 coletivos
7,45 km² de área
1.167 hab/km²
Vila Brasil:
7.149 pessoas
3.795 domicílios, sendo 1 coletivo
1,22 km² de área
5.879 hab/km²
Vila Casoni:
5.989 pessoas
2.883 domicílios, sendo 22 coletivos
1,58 km² de área
3.782 hab/km²
Vila Nova:
4.840 pessoas
2.450 domicílios, sendo 6 coletivos
1,31 km² de área
3.685 hab/km²
Vila Recreio:
5.060 pessoas
2.593 domicílios, sendo 18 coletivos
1,23 km² de área
4.112 hab/km²
Vivendas do Arvoredo:
7.599 pessoas
3.081 domicílios, sendo 2 coletivos
6,53 km² de área
1.164 hab/km²
Vivi Xavier:
28.071 pessoas (19.544 em 2010) + 43,63%
11.502 domicílios
6,13 km² de área
4.578 hab/km²
Zona Norte
142.661 habitantes
59.866 domicílios, sendo 16 coletivos
43,89 km² de área
3.249 hab/km²
Zona Oeste
112.072 habitantes
50.811 domicílios, sendo 26 coletivos
38,61 km² de área
2.902 hab/km²
Centro
74.873 habitantes
40.566 domicílios, sendo 119 coletivos
15,76 km² de área
4.749 hab/km²
Zona Leste
99.983 habitantes
42.768 domicílios, sendo 30 coletivos
38,13 km² de área
2.621 hab/km²
Zona Sul
92.952 habitantes
38.004 domicílios, sendo 24 coletivos
30,95 km² de área
3.003 hab/km²
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