Vinte nascentes de Londrina deverão receber intervenções de proteção e recuperação até o final do ano. A prefeitura abriu uma licitação para contratar uma empresa especializada para executar este serviço, que após iniciado terá o prazo de um mês para conclusão. As interessadas podem apresentar proposta para concorrer ao certame até dez de outubro. O custo é de até R$ 34 mil, sendo R$ 17 mil do município e a outra metade recurso proveniente do programa “Itaipu mais que energia”.
Esse processo está vinculado à revitalização do Parque Arthur Thomas. “Quando solicitamos a verba destinada para fazer a revitalização da parte interna existiam dois projetos de contrapartida para o município fazer: um era o de proteção de nascentes e o outro a aquisição de um biodigestor, que deve ter a licitação aberta neste mês de setembro”, explicou à FOLHA Andre Chen, titular da Sema (Secretaria Municipal de Ambiente). “Isso foi ao encontro de uma obrigação nossa, que é promover a proteção de nascentes no município”, acrescentou.
A técnica utilizada será a de solo-cimento, que é para resguardar o olho d’água, onde acontece o afloramento natural do lençol freático, ou seja, onde brota a nascente. “Nesse trabalho faz a cobertura (do olho d’água) e protege contra assoreamento, contaminação de resíduos. É uma proteção sobre a nascente que impede que dejetos caiam e materiais sejam despejados. Com a proteção, possivelmente, vai aumentar o volume de água, então, acaba melhorando o desenvolvimento da parte hídrica”, explicou.
Este procedimento é recomendado pela Emater, hoje IAT-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), e considerado de baixo custo por utilizar cimento e argila, além de canos. O edital do municipal ainda prevê que a terceirizada realize a limpeza de materiais orgânicos do entorno das nascentes, como folhas e raízes.
Das 20 nascentes selecionadas, a maioria está na área urbana, como o córrego Roseira, Ouro Verde, no Cafezal, Ernani Moura Lima e três na região do Aterro do Lago Igapó. Três ficam na zona rural e estão dentro de terrenos particulares, porém, o trabalho foi autorizado pelos proprietários. “Essas 20 estão dentro daquelas mais críticas. A proteção com essa técnica é uma primeira fase, porque, posteriormente, temos planejamento para fazer um reforço de áreas verdes no entorno desses locais para complementar essa proteção.”
Londrina tem cerca de 150 nascentes. “Temos identificado várias nascentes em Londrina que precisamos proteger, porque com as alterações climáticas precisamos nos preparar. Possivelmente não vamos ter consequências igual o Rio Grande do Sul, com inundação, mas podemos ter falta de recurso hídrico. É imprescindível que mantenhamos as nascentes para não ter problema no futuro”, advertiu.
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