Entre o Natal e o Réveillon, uma tragédia chocou a comunidade da zona norte de Londrina. Um jovem de 21 anos morreu afogado enquanto desfrutava de momentos de lazer com a família no Lago Norte, cartão-postal da região. Segundo os moradores, a vegetação avança sobre a água e confunde os visitantes, que podem cair facilmente no lago. Para que outra morte não seja registrada no local, moradores exigem melhorias das autoridades locais.
"O Lago Norte está desaparecendo", afirma Gilberto de Brito, morador do Conjunto Milton Gavetti, localizado ao lado do lago. "Faz muito tempo que não limpam a margem do lago, o matagal avançou tanto que está cobrindo toda a superfície do espaço."
Os moradores alertam ainda para os riscos enfrentados pelos visitantes, que costumam frequentar o espaço nesta época do ano. Faltam placas alertando sobre a aproximação da margem. "O mato e a sujeira escondem a água. Algumas pessoas pisam nesse matagal, achando que é grama, mas quando percebem já estão dentro da água. O risco de afogamento é grande", comenta o mecânico José Maurício Castro, morador do Conjunto Violin, também na zona norte.
Apesar do alerta por parte da população, o afogamento registrado no dia 27 de dezembro de 2016 pode ter ocorrido por imprudência. O Lago Norte não é recomendável para o banho e, de acordo com testemunhas, a vítima estaria nadando momentos antes de se afogar. Segundo a tenente do Corpo de Bombeiros, Luana da Silva Pereira, o número de afogamentos deve aumentar consideravelmente com a chegada das altas temperaturas. "O momento mais preocupante está chegando."
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) de Londrina informa que irá organizar uma ação para diminuir os efeitos do assoreamento e do avanço da vegetação sobre o Lago Norte. "Porém o trabalho requer um planejamento, uma vez que dependerá do uso de máquinas e de agentes preparados da Secretaria municipal de Obras, além do apoio do setor de capina e roçagem da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). O trabalho deverá ser colocado em prática nos próximos meses, mas ainda não há uma data para o seu início. A ação também depende de diretrizes do novo governo municipal para ser executada", explicou Alexandra Siqueira, responsável pela gerência de Áreas Verdes da Sema. Ela afirmou para a reportagem que já tinha sido comunicada anteriormente sobre o problema no Lago Norte.