Os 27 leitos neonatais e pediátricos existentes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Londrina não estão sendo suficientes para atender toda a demanda existente. A situação se agrava pelo fato de recém-nascidos de outros municípios e até de outras regiões do Estado também serem atendidos nos três hospitais onde há esse tipo de serviço.
Durante todo esta quarta-feira, os leitos permaneceram ocupados. Pela manhã, a Central de Leitos, responsável por destinar vagas nos hospitais, tentava leitos para cinco bebês que precisavam ser internados na UTI. À tarde, três crianças ainda esperavam uma vaga.
O supervisor da Central de Leitos, Édio Gomes, afirmou que não existe uma periodicidade para esse tipo de problema com UTI neonatal. Segundo ele, em alguns dias faltam vagas para adultos e, em outros, para crianças, mas reconhece que a quantidade de leitos existentes na cidade não é suficiente.
O superintendente da Irmandande Santa Casa de Londrina (Iscal), Fahd Haddad, explicou que a ocupação permanente dos 10 leitos da UTI existentes no Hospital Infantil (HI), administrado pela Iscal, é algo cotidiano.
Haddad observou que não adianta abrir novas vagas, se não há recursos financeiros para mantê-las. Ele acrescentou que a direção do HI propôs ao município a abertura de 10 novos leitos para a Unidade de Cuidados Intermediários, para onde são levadas as crianças que saem da UTI. ''Poderia desafogar a situação'', frisou.
O diretor-geral do Hospital Evangélico, Antônio Carlos Ribeiro, observou que os oito leitos da UTI infantil permanecem ocupadas, pois o hospital é referência no atendimento de casos de gestação de alto risco. No Hospital Universitário (HU), a situação, nesta quarta, era preocupante. A UTI neonatal, que tem capacidade para sete bebês, estava com 12 recém-nascidos internados pela manhã.
O vendedor Leandro Fugie conta que seu filho, Rafael, que nasceu com seis meses e meio de gestação, precisou esperar por cerca de três horas até que a Central de Leitos conseguisse uma vaga para ele no Hospital Infantil. Fugie acredita que o problema da falta de vagas é o tempo de permanência dos bebês na UTI. ''Meu filho está internado há 40 dias e deve ficar outros 40'', apontou.
O secretário municipal de Saúde, Sílvio Fernandes, afirmou que entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde solicitando autorização para criação de cinco novos leitos na UTI neonatal do HU. ''A superlotação é cíclica. É preciso fazer um estudo da quantidade de leitos necessários em outras regiões, já que muitos pacientes são trazidos para Londrina'', concluiu.