Londrina

UPA Jardim do Sol: médicos que atenderam jovem são indiciados por homicídio culposo

22 fev 2024 às 09:13

Dois médicos que atenderam o jovem Nycolas Dias, 22, que morreu em 23 de outubro do ano passado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol, foram indiciados por homicídio culposo. A vítima foi até a unidade com uma forte tosse, inclusive com sangue, mas foi liberado. O paciente voltou no dia seguinte, mas acabou morrendo horas depois.


Segundo a Polícia Civil, os dois médicos que atenderam o jovem foram indiciados por homicídio culposo - sem a intenção de matar. De acordo com as investigações, o inquérito apontou que houve negligência e erro médico por parte dos profissionais. A pena pode variar de um a três anos de prisão.


De acordo com relato de familiares de Dias na época dos fatos, o jovem procurou a UPA tossindo sangue e vomitou no consultório. Ele foi medicado com calmantes para um suposto quadro de ansiedade e foi liberado. Com a piora, ele retornou à unidade, passou por exame de raio-x e novamente foi liberado.


Antes de o jovem sair da unidade, uma médica o teria chamado de volta e dito que ele estava com água no pulmão. Com a demora para a chegada da ambulância, ele foi medicado para dormir. Ao acordar, passou a convulsionar e morreu ainda na UPA.


Na época, a Secretaria Municipal de Saúde afastou os profissionais. Procurada pela reportagem nesta quarta-feira (21), a pasta preferiu não se manifestar.

Diego Silva, advogado da família de Nycolas Dias, explica que os familiares sempre questionaram a conduta dos profissionais de saúde envolvidos no caso por conta da suspeita de negligência.


Segundo ele, uma comissão médica de avaliação das condutas dos profissionais foi estabelecida na UPA do Jardim do Sol para analisar os prontuários médicos e os exames feitos pelo jovem e que “os resultados dessa avaliação revelaram que houve um erro de diagnóstico médico”.


Silva afirma que o “quadro clínico de Nycolas indicava um pneumotórax hipertensivo, diagnóstico diferente do que fora inicialmente considerado pela médica que esteve envolvida no caso”. O advogado ressalta que a discrepância entre os diagnósticos “levou à compreensão de que a negligência médica pode ter sido um fator contribuinte para a tragédia que resultou na perda de Nycolas".


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