Os alunos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da Universidade Norte do Paraná (Unopar) e do Centro Universitário Filadélfia (Unifil), que não conseguiram fazer o Exame Nacional de Cursos (Provão), vão ficar sem conceito.
A confirmação foi feita nesta terça-feira através de ofício encaminhado aos estudantes e às instituições pelo Ministério da Educação (MEC). A decisão desagradou os alunos e as instituições, que não descartam a possibilidade de recorrer à Justiça.
O exame aconteceu no dia 8 de junho, mas os 640 alunos que compareceram ao Colégio Estadual Antonio Moraes de Barros, em Londrina, não puderam fazê-lo já que as provas não foram entregues em tempo hábil. Os cursos de biologia, direito, enfermagem, farmácia, geografia, história, letras, medicina e medicina veterinária das universidades londrinenses ficaram sem avaliação.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), setor do MEC responsável pela avaliação das instituições de ensino superior, reconheceu que houve comprometimento na avaliação. Segundo informações do Inep, o incidente será registrado no Relatório Síntese do Exame 2003, ''que justifica o assentamento da expressão SC (Sem Conceito) para esses cursos''. A assessoria de imprensa do órgão esclareceu que a medida foi tomada para não prejudicar os cursos e os alunos.
O diretor de Assuntos Acadêmicos da UEL, Esio Dolci, considerou ''nebuloso'' o fato de os cursos ficarem sem conceito. Ele acrescentou que estará encaminhando um processo, relatando todo o problema, ao departamento jurídico da UEL, que deverá tomar as medidas judiciais cabíveis.
A reitora da Unopar, Elisabeth Laffranchi, através da assessoria de imprensa, informou que a instituição não aceita a expressão ''Sem Conceito'', por isso estará encaminhando documento ao instituto pedindo a revisão. A reitora entende que essa expressão pode prejudicar a universidade e os 180 alunos que não realizaram o provão.
A Pró-reitora de Graduação da Unifil, Vera Lúcia Echenique, disse que a direção está preocupada, mas que não pode emitir qualquer posição antes de tomar conhecimento da posição oficial do instituto.
O aluno de direito da UEL, Luciano Pereira Vieira, 23 anos, disse que a decisão do Inep causou supresa, já que a maioria dos universitários mantinha a esperança de realizar o exame em outra data. ''Existe a possibilidade de ingressarmos com um mandado de segurança para impedir que o MEC divulgue o resultado das demais instituições'', frisou.